O Movimento ao Socialismo (MAS), do presidente da Bolívia, Evo Morales, obteve 50,7% dos votos nas eleições para a Assembléia Constituinte realizadas no último domingo, segundo dados oficiais divulgados neste sábado. O partido recebeu 1.322.263 votos, com 99,96% das urnas apuradas, mostra a página na internet da Corte Nacional Eleitoral (CNE).
O total de votos do MAS é três pontos percentuais menor do que os obtidos em dezembro do ano passado, quando Morales foi eleito para a presidência da República com 53,7%.
No último domingo, o presidente obteve um total de 222 mil votos a menos do que em dezembro de 2005. Em segundo lugar ficou a aliança conservadora Poder Democrático e Social (Podemos), do ex-presidente Jorge Quiroga, que somou um total de 399.582 votos, o equivalente a 15,3% do total de votos válidos contabilizados pelo órgão eleitoral.
Em terceiro lugar ficou a centrista União Nacional (UM), do empresário Samuel Doria Medina, que obteve 187.669 votos em todo o país, o equivalente a 7,2%.
Segundo cálculos extra-oficiais, o MAS tem 139 cadeiras asseguradas na Assembléia Constituinte. Já a Podemos tem 62 e a União Nacional, sete, de um total de 255. Os 47 postos restantes na Constituinte seriam distribuídos entre as forças políticas de menor representação.
Restando por conhecer os resultados em oito colégios eleitorais, dos 21.382 habilitados para a votação, a participação do eleitorado foi de 84,3%, com uma abstenção de 15,6%, segundo os dados do site. De um total de 3,7 milhões de eleitores cadastrados, 416.923 (11,2%) votaram em branco e 108.493 (2,9%) anularam o voto nulo.
A Assembléia Constituinte da Bolívia será instalada em 6 de agosto, em Sucre, capital oficial do país, em um ato no qual já confirmaram presença, até o momento, cinco presidentes latino-americanos.
Na outra votação, realizada de forma simultânea no domingo, um plebiscito para definir um regime de autonomias departamentais, o "não" venceu nos departamentos de La Paz, Cochabamba, Potosí, Chuquisaca e Oruro.
Por outro lado, o "sim" triunfou em Beni, Santa Cruz, Pando e Tarija, que agora lutam para que esse resultado se reflita na nova constituição política do Estado. Um total de 57,6% dos eleitores votaram pelo "não", enquanto outros 42,4% optaram pelo "sim", segundo dados oficiais da CNE.
