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Após ter chamado o presidente peruano, Alan García, de "colega vulgar", o presidente da Bolívia, Evo Morales, alertou-o de que seria um "grave erro" Lima conceder asilo político a ex-ministros bolivianos processados por genocídio e crimes econômicos.

Morales deu a advertência ao comentar reportagens da imprensa de que pelo menos um ex-ministro do também processado ex-presidente boliviano Gonzalo Sánchez de Lozada já teria conseguido refúgio político no Peru e que outros dois estariam negociando o mesmo benefício.

"Se o governo peruano conceder refúgio ou asilo político, vai cometer um grave crime..., porque revisamos a documentação e as normas do governo peruano, que dizem que ele não pode dar asilo ou refúgio a pessoas que tenham cometido delitos contra a humanidade, que estejam sendo processados", disse Morales.

O presidente boliviano, que teve fortes atritos com o colega peruano, a quem chamou por várias vezes de "vende pátria" e "neoliberal", evitou antecipar eventuais represálias a um asilo no Peru de ex-ministros processados.

Conforme divulgaram veículos locais neste fim de semana, a chancelaria peruana informou que outorgou provisoriamente asilo ao ex-ministro boliviano Jorge Torres Obleas e que estudava os pedidos de refúgio dos também ex-ministros Javier Torres Goitia e Mirtha Quevedo.

Os três integram um conjunto de 15 ex-funcionários e líderes militares processados junto com o ex-presidente Sánchez de Lozada pela morte de mais de 60 pessoas durante os protestos que desencadearam na queda do governo de direita do Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) em 2003, entre outras acusações.

A abertura do processo está programada para o próximo dia 18 de maio, enquanto Sánchez de Lozada continua nos Estados Unidos, situação que também motivou duras críticas de Morales a Washington.

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