La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, ressaltou ontem o recente acordo entre governo e oposição, mas seus adversários regionais ainda estão irritados e divididos a respeito do pacto político que permitiu a convocação do referendo sobre a nova Constituição do país. A despeito dos resultados obtidos, o prefeito (governador) de Santa Cruz, Rubén Costas, anunciou que a oposição formará uma "frente ampla" para derrotar Evo nas eleições de dezembro de 2009.
Morales disse, em coletiva de imprensa, que saúda a oposição que viabilizou os acordos para o referendo, embora tenha mencionado que exista uma "outra oposição" que é "sediciosa, com atitudes terroristas e genocidas".
"Lamento muito que alguns se neguem a negociar e respeito alguns que ficaram calados porque sabem que melhoraram as questões sobre a autonomia" no texto constitucional. Morales se referia, em primeiro lugar, aos prefeitos dos departamentos, cargos que no Brasil corresponderiam a governadores de estados.
Morales agradeceu a Organização das Nações Unidas (ONU), a União Européia e a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) pela mediação do conflito e por terem enviado representantes como testemunhas dos acordos. Nos próximos dias, o presidente da Bolívia irá à Europa.
Já os dirigentes cívicos e os governadores da oposição manifestaram visões diferentes sobre o acordo fechado no Congresso. O acordo prevê que serão ajustados 100 dos 411 artigos do projeto de Constituição que será submetido a referendo em 25 de janeiro de 2009.
O prefeito de Beni, Ernesto Suárez, disse que o acordo "enfraquece" a decisão sobre as autonomias e que é uma "traição às regiões".
Mas seu colega Rubén Costas, prefeito de Santa Cruz, disse que, primeiro, é necessário avaliar "se, juridicamente, o Parlamento pode ser convertido em Constituinte e modificar a Constituição".
Aliança
Costas, no entanto, anunciou ontem que, para enfrentar e derrotar Morales nas eleições gerais de dezembro de 2009, a oposição conformará "uma frente ampla, uma grande aliança" entre os departamentos de Beni, Pando, Santa Cruz, Tarija e Chuquisaca.
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