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Apoiadores de Evo Morales participaram de um ato, em Santa Cruz, neste domingo: oposição iniciou na mesma localidade uma greve de fome | Carlos Hugo Vaca / Reuters
Apoiadores de Evo Morales participaram de um ato, em Santa Cruz, neste domingo: oposição iniciou na mesma localidade uma greve de fome| Foto: Carlos Hugo Vaca / Reuters

Outro protesto contra o governo da Bolívia abriu nesta segunda-feira (4) uma semana crucial antes do plebiscito do próximo domingo, enquanto uma pesquisa de opinião assegura que o presidente Evo Morales e alguns dos seus mais renhidos opositores serão ratificados nos cargos. Uma pesquisa publicada nesta segunda e feita pela Captura Consulting indica que Morales será ratificado no cargo com 54% dos votos, cinco pontos a mais que a última pesquisa, de 21 de julho. A pesquisa entrevistou 2,1 mil pessoas nos nove departamentos (estados) do país e tem uma margem de erro de 2,1%.

Na noite deste domingo, 25 líderes cívicos do departamento de Santa Cruz, o reduto opositor a Morales, iniciariam uma greve de fome pela devolução de fundos do faturamento obtido com o petróleo, que o governo confiscou às regiões para pagar uma aposentadoria vitalícia aos idosos do país.

O protesto é chefiado pelo presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, Branko Marinkovic, adversário de Morales, e nas próximas horas o governador Rubén Costas poderá se somar aos protestos.

A greve de fome também poderá ter o apoio de outros departamentos governados pela oposição.

Enquanto isso, professores das escolas públicas e mineiros informaram nesta segunda que continuarão mobilizados pela reformas nas aposentadorias.

Já Morales visitou várias municipalidades, onde entregou fundos de cooperação distribuídos pelo governo venezuelano para obras de infra-estrutura. Em todos os eventos públicos onde aparece, o mandatário afirma que o que está em jogo na Bolívia são duas formas diferentes de ver o país: as privatizações ou a reforma estatista que seu governo impulsiona.

Morales foi eleito com 53,7% dos votos em 2005. O plebiscito incluirá o vice-presidente Alvaro García - com o nome na mesma chapa do presidente - e oito dos nove prefeitos (governadores), seis dos quais são adversários de Morales. A governadora de Chuquisaca, Savina Cuéllar, está fora da disputa porque foi eleita recentemente.

A pesquisa da Captura Consulting, publicada pelo diário La Prensa, indica que Costas deverá ser ratificado como governador de Santa Cruz com 74% dos votos. Também deverão ser ratificados nos cargos os governadores opositores de Beni, Ernesto Suárez; e de Tarija, Mario Cossio. O governador de Potosí (partidário do governo), Mario Virreira, deverá ser ratificado no cargo. Perderiam os governadores opositores de La Paz, José Luiz Paredes, e de Pando, Leopoldo Fernández. Em dois departamentos, a situação eleitoral não é clara.

O objetivo do referendo na Bolívia é resolver a crise política entre Morales e a oposição, que se arrasta há quase dois anos. Analistas políticos dizem, no entanto, que a polarização poderá se aprofundar ainda mais após o plebiscito.

Nesta segunda-feira, o chanceler da Bolívia David Choquehuanca declarou que Morales não dirá sua mensagem da festa nacional de 6 de agosto a partir de Sucre, a capital histórica do país. Choquehuanca disse que Morales decidiu não ir à Sucre após o governo do departamento ter excluído o mandatário das cerimônias, que serão comandadas pelo presidente da Suprema Corte, Eddy Fernández. Na semana passada, a governadora Savina Cuéllar disse que a segurança de Morales não poderia ser garantida se ele fosse a Sucre.

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