La Paz O presidente da Bolívia, Evo Morales, cujo partido controla o Congresso, está em confronto com o Judiciário, chamando os juízes de corruptos e acusando-os de tentar emperrar sua agenda reformista. A disputa se acirrou nesta semana, com a renúncia de um juiz descontente com a afirmação do presidente de que o Judiciário seria o poder mais corrupto do país. Em carta ao Congresso, o juiz da Suprema Corte Juan José Gonzales citou "o reiterado questionamento ao trabalho do Judiciário" como a principal razão da sua renúncia.
Morales acusa juízes de tentarem perturbar suas reformas que incluem a nacionalização dos recursos energéticos, uma maior taxação da mineração e uma reforma agrária e de se alinharem com a oposição de direita.
"Eu me sinto compelido a lhes dizer a verdade sobre o Judiciário: a maioria não está nos deixando implementar as reformas profundas", disse Morales no fim de semana em discurso a camponeses.
A Suprema Corte divulgou nota qualificando as declarações de Morales como "caluniosas e irresponsáveis".
Alguns observadores acham que Morales está tentando ampliar seus poderes. "O governo quer controlar o Executivo, o Legislativo e o Judiciário", disse Mario Galindo, professor de Política da Universidade Maior de San Andrés, em La Paz.
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