
La Paz - Duas semanas depois de acusar a CIA (agência de inteligência americana) de conspirar contra suas políticas energéticas, o presidente da Bolívia, Evo Morales, expulsou um diplomata norte-americano do país.
"Decidi, hoje (ontem), declarar Francisco Martínez, de nacionalidade mexicano-americana, que trabalha na Embaixada dos Estados Unidos, persona non grata", afirmou Morales em ato público realizado no Palácio Presidencial, onde deu posse ao novo comandante da polícia.
Martínez "foi o contato permanente de grupos opositores, durante toda a etapa de conspiração", afirmou.
Segundo Morales, a maquinação secreta teria acontecido em setembro do ano passado, quando foram registrados violentos protestos contra seu governo em cinco das nove regiões do país.
O presidente, crítico dos Estados Unidos, afirmou em entrevista coletiva que precisou expulsar Martínez "para pôr um fim à conspiração estrangeira".
Morales já havia expulso um embaixador americano e funcionários americanos de combate ao tráfico de drogas do país.
Um porta-voz da Embaixada americana afirmou que Martínez é um oficial de médio escalão na missão diplomática, um segundo secretário.
Morales acusou no mês passado a divisão antidrogas da embaixada dos EUA (NAS) de praticar uma "chantagem permanente" contra a Bolívia ao descumprir seu compromisso econômico para a erradicação dos cultivos de coca.
O presidente boliviano denunciou que a NAS não está cumprindo os acordos econômicos contraídos com a Bolívia com um propósito político para poder dizer que o governo não reduz os cultivos de coca e não luta contra o narcotráfico.
"Certamente, o novo governo dos Estados Unidos não sabe que os operadores da NAS estão fazendo chantagem com o objetivo de dizer, no final do ano, que [na Bolívia] não há redução [de plantios de coca] e não há luta contra o narcotráfico", afirmou.



