O presidente da Bolívia, Evo Morales, deu o ponta pé inicial, nesta segunda-feira (13), a uma grande marcha a ser realizada por sindicatos e outras organizações sociais rumo a La Paz para exigir a convocação de um referendo com vistas a aprovar uma nova Constituição de viés socialista.
Pouco antes do meio-dia, ao lado do líder sindical nacional, Pedro Montes, e de outros dirigentes, Morales caminhou as primeiras centenas de metros da estrada de 200 quilômetros que separa Caracollo de La Paz, a capital política do país. A marcha foi descrita como "a maior da história".
Grupos de música e um Sol ardente acompanharam o início festivo da manifestação, iniciada com cerca de 5.000 pessoas e que, segundo previu Morales, reunirá "mais de 1 milhão" ao chegar à capital, dentro de uma semana, se antes disso o Congresso não convocar o referendo.
"Esta marcha é realizada em nome da refundação da Bolívia", disse o presidente em um discurso proferido antes do início da passeata, na qual destacava-se o colorido das delegações indígenas de vários departamentos, entre os quais o de Santa Cruz, bastião da oposição conservadora.
O dirigente lamentou não poder satisfazer sua "grande vontade" de participar de toda a passeata, recordando seus tempos de líder dos sindicatos de cocaleiros, quando encabeçou várias caminhadas de protesto.
A manifestação, a ser realizada na principal estrada de ligação entre La Paz e o restante do país, começou enquanto o governo e a oposição tentam chegar a um acordo para convocar o referendo constitucional. Morales quer marcar esse pleito para o primeiro trimestre de 2009.
Em busca dos cerca de 20 votos que ainda faltam a fim de alcançar o quorum de dois terços necessário para convocar o referendo, os governistas aceitaram negociar a inclusão de modificações pontuais na nova Carga Magna.
Morales, aliado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que aceitou rever o texto no Congresso apenas para corrigir "contradições" e não para alterar questões de fundo como alegaram os líderes da oposição.
O presidente conclamou os legisladores antigovernistas a aprovarem o referendo constitucional e chegou até mesmo a convidá-los para, depois de sancionada a lei convocatória, saírem ao encontro da marcha "a fim de que esta seja uma festa de união".
Morales lembrou no domingo que o governo já havia aceitado vários pedidos de governadores da oposição sobre modificar o capítulo da Constituição que trata da autonomia dos Departamentos.
A nova Carta Magna, aprovada em dezembro de 2007 por uma assembléia constituinte dominada pelos governistas, dará mais poder aos povos indígenas (maioria da população), eliminará os latifúndios e consolidará um modelo econômico controlado pelo Estado.
"Esta não é uma marcha de dor mas de orgulho por nossa querida pátria, não é uma marcha de tristeza mas de alegria, com bandas de música de carnaval, conjuntos musicais, roupas típicas do leste, do oeste e do sul, de todos os setores", acrescentou.
A festa da direita brasileira com a vitória de Trump: o que esperar a partir do resultado nos EUA
Trump volta à Casa Branca
Com Musk na “eficiência governamental”: os nomes que devem compor o novo secretariado de Trump
“Media Matters”: a última tentativa de censura contra conservadores antes da vitória de Trump
Deixe sua opinião