O Irã vai ajudar a Bolívia na industrialização das reservas de lítio do país, anunciou nesta quarta-feira (27) o presidente boliviano Evo Morales durante viagem oficial a Teerã. "A Bolívia tem consciência do amplo conhecimento científico do Irã para que seja sócio do país na industrialização do lítio", disse Morales, durante conversa com jornalistas no final de sua visita de três dias ao país islâmico, segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI).
"Há três anos temos fortalecido a confiança entre os povos, presidentes e governo da Bolívia e do Irã, uma relação que é cada vez mais sólida", disse Morales ao agradecer seu anfitrião, o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Na semana passada, Morales anunciou que seu país vai fabricar baterias de lítio a partir de 2014 com investimentos próprios de US$ 902 milhões e também afirmou que procuraria um sócio que disponibilizasse tecnologia para a industrialização.
Na ocasião, ele afirmou que nenhuma das empresas que fizeram ofertas ao seu governo estava interessada em industrializar o lítio em território boliviano. "Só querem investir na compra de carbonato de lítio". "Há uma certa decepção (na França) , já que acreditávamos que uma associação com empresas estrangeiras permitiria (à Bolívia) ganhar tempo e melhorar a qualidade", disse hoje o embaixador francês Antoine Grassin ao jornal La Razón, de La Paz. A francesa Bolloré era uma das interessadas no lítio boliviano, assim como companhias do Japão e da Coreia do Sul.
O Instituto de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos (USGS, nas iniciais em inglês) estima que a Bolívia possua a metade das reservar mundiais do metal. O lítio é o metal do momento. A perspectiva de que milhões de automóveis serão impulsionados por baterias elétricas fez com que o produto se tornasse no centro das atenções dos investidores. Atualmente, o metal é utilizado em baterias de telefones celulares, Ipods e computadores pessoais.
O Irã ofereceu tratores, radares, manutenção e um empréstimo de US$ 250 milhões à Bolívia, informou a ABI. Ahmadinejad esteve duas vezes na Bolívia e ofereceu investimentos de US$ 1 bilhão em setores que incluem a possível exploração das reservas de urânio bolivianas.
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