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América Latina

Morales nacionaliza metalúrgica e minas de prata, ouro e zinco

La Paz – O presidente da Bolívia, Evo Morales, nacionalizou ontem a empresa Vinto – uma das mais importantes metalúrgicas que atuam no país e de propriedade da companhia suíça Glencore – e as minas (de prata, ouro, zinco, estanho) do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada, hoje exilado nos Estados Unidos.

A Vinto é o maior complexo privado de fundição de estanho da Bolívia. A nacionalização foi feita por decreto e não há previsão de pagamento imediato de indenização à companhia suíça. Com um único artigo, o decreto afirma que "se reverte ao domínio do Estado boliviano o Complexo Metalúrgico Vinto, com todos os seus ativos atuais, dispondo que a (estatal) Empresa Metalúrgica Vinto assuma de imediato o controle administrativo, técnico, jurídico e financeiro".

Acompanhado por mais de 200 soldados do Exército, perto da cidade andina de Oruro, Evo fez um inflamado discurso em defesa da nacionalização. "Chegou a hora de industrializar nossos recursos naturais. Se quiserem criar demandas internacionais, estamos dispostos a enfrentá-las " Numa provocação direta ao ex-presidente Sánchez de Lozada, Evo disse que "ele implementou más políticas econômicas, entregou os recursos naturais, privatizou empresas do Estado e, feliz, escapou para os EUA".

A medida anunciada ontem é mais um passo no processo iniciado no dia 1.º de maio do ano passado com a nacionalização dos hidrocarbonetos.

Evo também disse que o governo já havia enviado ao Congresso um projeto para modificar o regime tributário da mineração, para que "privilegie os interesses nacionais e das regiões e municípios, como o de hidrocarbonetos".

A Vinto foi transferida pelo Estado em 1999 para a britânica Allied Deals, que logo a vendeu para a Comsur, cujo dono era Sánchez de Lozada. Em 2005, o ex-presidente vendeu a Vinto à Glencore, assim como as concessões das minas de Porco, Colquiri e Bolívar. Segundo jornais suíços, a Glencore pagou US$ 90 milhões pela Vinto e US$ 200 milhões pelas minas. O decreto de nacionalização argumenta que a transferência da Vinto para a Allied, por US$ 14,7 milhões, violou as leis e impôs grave dano ao país, pois valia US$ 140 milhões.

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