La Paz O governo boliviano começou a analisar uma proposta para nacionalizar a Empresa Nacional de Telecomunicações (Entel), companhia de sociedade mista cuja controladora é a Telecom Itália. Apesar de polêmico, o anúncio não surpreende, uma vez que na segunda-feira o presidente Evo Morales já havia afirmado que novas estatizações ocorreriam no país em 2007.
O vice-presidente, Álvaro García Linera, confirmou ontem que a Entel "está em processo de indagação", fato que marcou o período anterior às nacionalizações de empresas multinacionais no ano passado, disse Linera.
Atualmente, a Telecom Itália possui 50% da Entel, enquanto seus trabalhadores contam com 6% das ações. Na teoria, os 44% restantes são propriedade da população boliviana, mas quem as administram são as Administradoras de Fundos de Pensões (AFP) grupo controlado por bancos multinacionais.
Em um pronunciamento ao Congresso durante as comemorações de seu primeiro ano na Presidência, na segunda-feira, Morales havia anunciado que em 2007 nacionalizaria as companhias mistas em que forem comprovados casos de corrupção e as que não cumprirem com investimentos prometidos.
"Com muita sinceridade, se encontrarmos empresas que não cumprem as leis bolivianas, elas voltarão às mãos do Estado", disse o presidente.
Das empresas privatizadas no passado, três petroleiras já foram reestatizadas em maio de 2006, e entre as restantes figuram a Entel, as elétricas Corani, Valle Hermoso e Guaracachi e as ferroviárias Andina e Oriental.
Morales também quer fortalecer as empresas estatais que perderam importância durante as privatizações empreendidas durante o primeiro mandato de Gonzalo Sánchez de Lozada (19931997).
O novo ministro de Obras Públicas, Jerjes Mercado, anunciou que entre suas prioridades está a refundação da Empresa Nacional de Eletricidade (Ende), para que esta possa voltar a gerar e distribuir energia.
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