O presidente boliviano, Evo Morales, renunciou na segunda-feira (20) a uma eventual segunda reeleição seguida, em busca de um acordo com a oposição para aprovar um referendo sobre a mudança na Constituição do país.
Mas tal renúncia, cujo rumor circulou durante várias horas até ser confirmada pelo ministro do Desenvolvimento Rural, Carlos Romero, não pareceu ser suficiente para a oposição conservadora, que bloqueia a sessão do Congresso que deveria votar o referendo.
"O presidente obteve mais de dois terços dos votos (em um referendo) no dia 10 de agosto... e oferece generosamente essa legitimação nas urnas em troca da viabilização da aprovação e da implementação da nova Constituição", disse Romero.
saiba mais
* Bolivianos protestam pela votação de referendo constitucional * Governistas planejam marcha para pressionar Congresso na Bolívia * Governo boliviano vê clima 'encorajador' para acordo com opositores * Empresários farão campanha contra nova Constituição na Bolívia
"De maneira desprendida, o presidente concordou em cortar seu mandato para adiantar e implementar a nova institucionalidade sob a nova Constituição", acrescentou o ministro, em uma entrevista coletiva.
Carta
A nova Constituição estabelece a possibilidade de reeleição imediata apenas uma vez e a decisão anunciada por Romero implica que, se Morales for reeleito imediatamente depois da mudança constitucional, não poderia se reeleger cinco anos mais tarde.
Romero, principal negociador do governo, acrescentou que a principal força opositora, a aliança conservadora Podemos, demorou em responder à decisão do presidente e mantém sua exigência inicial: eles querem que Morales e o Congresso completem seu mandato em janeiro de 2011.
O ministro garantiu que o Congresso pode votar a convocatória ao referendo mesmo antes da chegada de uma marcha encabeçada por Morales, a favor da mudança na Constituição, ao Congresso.
"Já não há mais nada para discutir, estamos esperando que o Podemos dê sua palavra final", disse Romero, ao indicar que todas as discrepâncias sobre o novo texto constitucional foram resolvidas nas negociações feitas no mês passado, tendo ficado pendente apenas a questão do adiantamento das eleições.
A nova Constituição deve dar mais poder aos indígenas, proibir futuros latifúndios e consolidar o controle estatal sobre a economia.
Governo pressiona STF a mudar Marco Civil da Internet e big techs temem retrocessos na liberdade de expressão
Clã Bolsonaro conta com retaliações de Argentina e EUA para enfraquecer Moraes
Yamandú Orsi, de centro-esquerda, é o novo presidente do Uruguai
Por que Trump não pode se candidatar novamente à presidência – e Lula pode
Deixe sua opinião