O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse na sexta-feira que não encerrará sua greve de fome até que o Congresso, paralisado pelo recesso da maior parte da oposição, aprove lei de transição constitucional que regulará eleições gerais e regionais e pode representar um passo rumo a sua reeleição.

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O presidente boliviano, que começou a greve de fome na quinta-feira , fez o anúncio pouco antes de líderes parlamentares alertarem que será muito difícil o Congresso do país voltar às atividades antes de segunda-feira, entre outros motivos por conta do feriado da Semana Santa.

Morales disse estar disposto a jejuar "por muitos dias" e descartou novamente recorrer a um decreto para iniciar o processo eleitoral, decorrente de uma recente alteração constitucional e considerado elemento essencial para consolidar sua "revolução" indigenista e socialista iniciada há três anos.

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"Pessoalmente é impossível encerrar a greve de fome. Primeiro, eles (os parlamentares opositores) têm que cumprir a vontade do povo", afirmou a jornalistas que o visitaram em um salão do Palácio do Governo, onde cumpre o jejum.

O presidente disse que tampouco deixarão de jejuar os 15 dirigentes socialistas que o acompanham no grupo principal do protesto, mas pediu aos mais de mil ativistas oficiais e autoridades que se juntaram à medida em todo o país que a suspendam até a próxima segunda-feira.

Segundo analistas, nas eleições previstas para dezembro, Morales poderia vencer, podendo exercer um novo mandato de cinco anos com grande respaldo legislativo, que permitiria a ele consolidar um processo de nacionalização que já incluiu a recuperação de campos de gás natural que abastecem Argentina e Brasil.

Morales, aliado próximo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que pela importância do momento político boliviano, suspendeu uma visita em Cuba.

Um abandono abrupto das deliberações no Congresso por parte de um setor majoritário da oposição conservadora deixou sem quórum a casa legislativa na noite de quinta-feira. O abandono ocorreu logo depois da aprovação em primeira instância da lei eleitoral e quando os trabalhos se encaminhavam para uma segunda e definitiva votação, artigo por artigo.

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A paralisação do Congresso boliviano aconteceu depois de uma dura troca de insultos entre parlamentares da situação e da oposição.

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