Morreu nesta terça-feira (10) a correspondente de guerra britânica que noticiou pela primeira vez o início da Segunda Guerra Mundial. Aos 105 anos, Clare Hollingworth, responsável por um dos maiores furos de reportagem da História, estava em Honk Kong, onde morava, quando faleceu.
Em sua carreira, a jornalista também ajudou milhares de refugiados a fugir do nazismo. Em seu último aniversário, uma das refugiadas que ajudou enviou uma mensagem de agradecimento a Clare. Antes mesmo de ser jornalista, Clare Hollingworth era ativista política e trabalhou para o Comitê Britânico de Refugiados - em Katowice, na Polônia, ajudava no envio de refugiados à Grã-Bretanha. Estima-se que a jornalista tenha negociado o visto de entrada no Reino Unido para aproximadamente 3 mil pessoas.
Em 1939, Clare reportou o avanço de blindados alemães na fronteira com a Polônia. Ela viu os tanques e veículos militares em território alemão após ter usado o carro de um diplomata para chegar até lá. Dias mais tarde, com a invasão dos nazistas, ela telefonou para diplomatas britânicos e para o jornal em que trabalhava, o renomado diário inglês Daily Telegraph, para alertá-los do início dos conflitos. Para mostrá-los a gravidade dos confrontos, pendurou o telefone na janela para que pudessem ouvir os barulhos.
Muito interessada em entender as guerras, teve uma carreira de grande sucesso nos campos de batalha dos maiores conflitos do mundo. “Eu tenho um interesse apaixonado por guerra, e se alguém é interessado assim pela guerra não pode evitar estar nela. Eu aprecio cada momento”, disse a jornalista em uma entrevista.
Após trabalhar nos anos 1970 em Pequim, Clare viveu os últimos quarenta anos da sua vida em Honk Kong. Além da Segunda Guerra Mundial, a jornalista relatou os conflitos no Vietnã, Argélia e no Oriente Médio.
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