Foi anunciada nesta terça-feira (3) a morte do antropólogo Claude Lévi-Strauss, de acordo com a agência de notícias France Presse. A informação é da editora do intelectual, pela qual o falecimento teria ocorrido entre sábado e domingo. Nascido em Bruxelas, em 28 de novembro de 1908, ele é considerado um dos intelectuais mais relevantes do século 20 e fundador da Antropologia Estruturalista.
Membro de uma família judia francesa intelectual, Lévi-Strauss estudou Direito e Filosofia na Sorbonne, em Paris. Lecionou sociologia na recém-fundada Universidade de São Paulo (USP), de 1935 a 1939, e fez várias expedições ao Brasil central.
Ali passou breves períodos entre os índios bororós, nambikwaras e tupis-kawahib, experiências que o orientaram definitivamente como profissional de antropologia.
Em 1955, publicou "Tristes Trópicos" - um registro dessas expedições. No livro, ele conta como a vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do Brasil.
Após retornar à França, em 1942, mudou-se para os Estados Unidos como professor visitante na New School for Social Research, de Nova York, antes de uma breve passagem pela embaixada francesa em Washington como adido cultural.
Lévi-Strauss passou mais da metade de sua vida estudando o comportamento dos índios americanos. Jamais aceitou a visão histórica da civilização ocidental como única. Enfatizava que a mente selvagem é igual à civilizada.
As contribuições mais decisivas do trabalho de Lévi-Strauss podem ser resumidas em três grandes temas: a teoria das estruturas elementares do parentesco, os processos mentais do conhecimento humano e a estrutura dos mitos.
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