O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Lee Jong-wook, morreu nesta segunda-feira no Hospital Cantonal de Genebra após sofrer uma embolia cerebral, confirmou hoje a ministra de Saúde da Espanha, Elena Salgado, ao inaugurar a 59ª Assembléia Mundial da Saúde. Salgado, após pedir dois minutos de silêncio à Assembléia em memória do falecido diretor, suspendeu a sessão durante 30 minutos.
A 59ª Assembléia da OMS começa hoje e vai até 27 de maio sob a presidência de Salgado, e seu lugar será ocupado ainda nesta segunda-feira por um país da África eleito pelos ministros, conforme o rodízio geográfico que este ano corresponde a esse continente, e que poder caber a Moçambique.
Lee, de nacionalidade coreana, tinha 61 anos e se tornou diretor-geral da OMS em julho de 2003, após 23 anos de serviços nessa agência das Nações Unidas.
- O doutor Lee se dedicou com entusiasmo a seu trabalho e sob sua direção a OMS se fortaleceu e foi capaz de dar resposta eficaz aos problemas de saúde mundiais - afirmou Salgado.
A morte de Lee coincide com a inauguração da assembléia anual da OMS, que reúne em Genebra ministros e delegações oficiais dos 192 países-membro desse organismo. Lee se sentiu doente na tarde de sábado, quando cumpria funções oficiais e foi levado imediatamente em uma ambulância até o centro hospitalar, onde foi operado de urgência.
Após a intervenção, seu estado foi considerado grave pela equipe médica que o atendia. O desaparecimento de Lee ocorre em um momento em que a OMS enfrenta múltiplos desafios, entre os quais o mais urgente é evitar a explosão de uma epidemia de gripe aviária entre seres humanos.
A agência sanitária da ONU também cumpre um papel fundamental em tentar impedir a propagação de doenças como malária, tuberculose e Aids nos países pobres, ao mesmo tempo em que procura conscientizar sobre o rápido avanço de patologias até há pouco marginais devido ao modo de vida nos países ricos.
Lee, quem tinha um filho e não tinha problemas de saúde particulares, nasceu em Seul, em 12 de abril de 1945 e se formou como médico na universidade da capital coreana.
Durante mais de duas décadas de serviço à OMS, Lee galgou posições, assumindo responsabilidade primeiro em nível nacional e depois regional, até chegar à sede da organização em Genebra.