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Kaing Guek Eav

Morre Duch, o torturador chefe do Khmer Vermelho no Camboja

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Ex-chefe da prisão do Khmer Vermelho Kaing Guek Eav, mais conhecido como Duch, morreu nesta quarta-feira (2) (Foto: NHET SOKHENG / ECCC / AFP)

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O torturador Kaing Guek Eav, conhecido como "Duch", chefe do mais temido centro de detenção do regime do Khmer Vermelho no Camboja e condenado à prisão perpétua, morreu nesta quarta-feira (2), aos 77 anos. Duch "morreu no hospital", declarou Neth Pheaktra, porta-voz do tribunal cambojano apoiado pela ONU para julgar os crimes do regime Khmer Vermelho. A causa da morte não foi divulgada, mas Duch "sofria de uma doença pulmonar há vários anos", afirmou uma fonte que pediu anonimato.

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O torturador chefe do Khmer Vermelho, que admitiu ter supervisionado a tortura e os assassinatos de até 16.000 cambojanos enquanto dirigia a prisão mais famosa do regime, estava cumprindo pena de prisão perpétua por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Duch dirigiu a Tuol Sleng, conhecida como S-21, a prisão central de Phnom Penh.

Kaing Guek Eav foi o primeiro integrante do Khmer Vermelho a ser condenado por um tribunal por crimes de guerra. Em 2010, na primeira instância, ele recebeu uma pena de 30 anos de prisão. No julgamento da apelação, em 2012, foi condenado à prisão perpétua.

Nascido em 17 de novembro de 1942 em um vilarejo da província de Kompong Thom, ao norte de Phnom Penh, Duch foi professor de matemática antes de aderir ao Khmer Vermelho em 1967. Depois de passar anos foragido, foi encontrado em 1999 pelo fotógrafo irlandês Nic Dunlop e detido.

Duch foi uma personalidade ambígua. Em um primeiro momento cooperou com a justiça e chorou nas audiências do julgamento em primeira instância, mas depois mudou de estratégia e passou a acusar o tribunal de incompetência.

"Meticuloso, zeloso, cuidadoso para que seus superiores o tivessem em boa conta", segundo os psiquiatras, o torturador administrou de forma rigorosa as atividades da prisão. Durante o primeiro julgamento, entre março e novembro de 2009, ele reconheceu que usou a crueldade, as execuções e o terror como método político. "Sou responsável emocional e legalmente", admitiu.

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