Frank Stanton, ex-presidente da cadeia americana de TV "CBS", morreu nesta terça-feira (26) em sua residência em Boston, aos 98 anos, enquanto dormia, informou a emissora. Stanton foi responsável pela "CBS" entre 1946 e 1972, e durante seu mandato se transformou em um dos principais arquitetos da cadeia ao transformá-la em um centro de poder sob a batuta de William S. Paley, fundador da emissora.
Segundo a "CBS" em comunicado divulgado hoje, Stanton também foi conhecido como a consciência da radiodifusão, por sua luta em defesa da liberdade de expressão e seu apoio e respaldo aos trabalhadores que estavam ao seu lado. "Frank Stanton foi um ícone americano, reconhecido e respeitado no mundo todo", disse a presidente da emissora, Leslie Moonves, em comunicado.
"A radiodifusão prospera, em grande parte, porque Frank Stanton defendeu nossos direitos sob a primeira emenda (da constituição americana, na qual se defende o direito à liberdade de expressão e de imprensa) e nos guiou através da crise mais perigosa jamais vivida por esta indústria" nos Estados Unidos, acrescentou Sean McManus, presidente da divisão de esportes e dos noticiários da "CBS".
Stanton, que viveu toda a sua infância e juventude em Ohio, é também conhecido por ter sido o primeiro a organizar um debate presidencial na história dos EUA, entre John F. Kennedy e Richard Nixon. Um dos fatos mais destacados de Stanton como defensor da liberdade de expressão aconteceu em 1971, quando desafiou uma citação da câmara de representantes por uma série de imagens descartadas na montagem final de um documentário da emissora.
Diante do plenário da câmara baixa dos EUA disse que não entregaria uma série de imagens cortadas de uma reportagem intitulada "A venda do Pentágono", na qual oferecia uma visão crítica do departamento de defesa americano. Além disso, assegurou que o Pentágono abusava dos fundos públicos para promover o militarismo.
Outro dos fatos destacados na vida de Stanton foi quando, em 1963, após o assassinato do ex-presidente americano John F. Kennedy, os noticiários da cadeia foram veiculados durante quatro dias seguidos sem interrupções comerciais. Em seu site pessoal, o mítico jornalista americano Walter Cronkite afirmou que os princípios de Stanton se transformaram na ética do jornalismo de televisão, sendo que ele foi uma das grandes figuras de destaque no desenvolvimento da rádio e da TV nos Estados Unidos.
O filme "Boa Noite e Boa Sorte", dirigido pelo ator americano George Clooney, mostra o período no qual Stanton se destacou. No entanto, Clooney não incluiu o personagem de Stanton no filme, entre outras razões, porque ele ainda estava vivo e poderia não gostar de ver seu retrato no cinema.
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