Juan Reinaldo Sánchez acusava Fidel de trair o povo cubano.| Foto: Reprodução / Youtube

O cubano Juan Reinaldo Sánchez, que foi guarda-costas de Fidel Castro por 17 anos e escreveu um livro sobre a vida luxuosa do ex-presidente de Cuba, morreu na última segunda-feira em Miami aos 66 anos, confirmou ontem a editora que publicou seu livro.

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Sánchez é autor do livro “A face oculta de Fidel Castro”, uma biografia feita em parceria com o jornalista francês Axel Gyldén. O homem que acompanhou diariamente Fidel entre 1977 e 1994 descreveu a vida de “luxo e conforto” que, atrás da fachada de “falsa austeridade”, cultivava e escondia o ditador comunista.

“Fidel Castro deu a entender que a Revolução não deu a ele respiro, nenhum prazer; que ignorava e desprezava o conceito burguês de férias. Mentia.”

Juan Reinaldo Sanchez ex-segurança de Fidel Castro, no livro “A face oculta de Fidel Castro”.
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Nascido em Havana em 1949, Sánchez foi preso em Cuba após anunciar sua aposentadoria e, assim que recuperou a liberdade, em 1996, tentou fugir pelo menos dez vezes da ilha. Ele só conseguiu deixar Cuba em 2008, com destino a Miami.

No livro, o ex-guarda-costas de Fidel Castro descreve as 20 residências privadas do líder comunista, distribuídas por toda a ilha, seu luxuoso iate, o “Aquarama II”, e a “casa de repouso” que o ex-presidente possui em Cayo Piedra, uma pequena ilha no sudeste de Cuba que é um “paraíso para milionários”.

“Fidel Castro deu a entender que a Revolução não deu a ele respiro, nenhum prazer; que ignorava e desprezava o conceito burguês de férias. Mentia”, afirmou Sánchez no livro.

Ele afirmou ter cometido o “erro” de dedicar a primeira parte de sua vida a proteger “um homem dominado pela febre do poder absoluto e pelo desprezo ao povo cubano”. “Mais que sua ingratidão sem limites (a de Fidel) com os que o serviram, reprovo sua traição, porque traiu a esperança de milhões de cubanos”, foram as últimas palavras de Reinaldo Sánchez no livro.

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No final da obra o ex-guarda-costas questiona “por que os heróis (das revoluções) se transformam sistematicamente em tiranos piores do que os ditadores que combateram?”.

O livro chega às livrarias francesas no próximo dia 28 e será publicado no Brasil no segundo semestre pela Editora Paralela.