• Carregando...
Anne Van der Bijl, conhecido mundialmente como Irmão André, foi o fundador da Portas Abertas.
Anne Van der Bijl, conhecido mundialmente como Irmão André, foi o fundador da Portas Abertas.| Foto: Divulgação/ Portas Abertas

Irmão André, cujas entregas clandestinas de Bíblias por trás da Cortina de Ferro na Guerra Fria lhe renderam o título de “Contrabandista de Deus” e o início de uma organização global de apoio a cristãos perseguidos, faleceu na terça-feira (27), na Holanda, aos 94 anos.

Anne Van der Bijl, conhecido mundialmente como Irmão André, foi o fundador da Portas Abertas — o mais antigo  ministério internacional em favor dos cristãos perseguidos.

Sua ligação com essa parte específica da igreja começou em 1955, quando foi com uma delegação holandesa ao  Festival Mundial da Juventude Comunista na Polônia. Lá ele descobriu uma igreja cristã por trás da Cortina de Ferro  que precisava de Bíblias desesperadamente. Ali o Irmão André distribuiu uma mala cheia de literatura cristã,  marcando assim o humilde início da Portas Abertas. A base para o começo do trabalho foi Apocalipse 3.2: “Esteja  atento! Fortaleça o que resta e que estava para morrer”.

A Portas Abertas comemorou 67 anos de ministério este ano e hoje trabalha em mais de 60 países. A missão conta  com mais de 1.400 colaboradores globalmente, com o propósito de apoiar e fortalecer cristãos perseguidos e igrejas  em países onde há perseguição. Irmão André sempre dizia: “Nossa missão se chama Portas Abertas porque  acreditamos que todas as portas estão abertas, em todo o tempo e qualquer lugar. Eu literalmente acredito que toda  porta está aberta para ir e pregar o evangelho, desde que você esteja disposto a ir e não esteja preocupado em  voltar”.

Sua autobiografia, O Contrabandista de Deus, é um best-seller internacional. Desde 1967, mais de 10 milhões de  cópias do livro já foram vendidas em mais de 40 idiomas. Em 2015, foi lançada uma edição do livro atualizada em comemoração aos 60 anos da Portas Abertas. A versão inclui um epílogo de 25 páginas destacando suas “aventuras”  posteriores à primeira publicação do livro.

Para o secretário-geral da Portas Abertas no Brasil, Marco Cruz, “o irmão André, nos deixa um exemplo de  obediência ao Senhor e ao seu chamado. Foi obediente ao ponto de colocar muitas vezes em risco a sua própria vida.  Ele não media esforços para seguir o chamado recebido de Deus e servir aos cristãos perseguidos. Como ele mesmo  dizia: 'Claro que é perigoso, mas é mais perigoso não obedecer a Deus. Segurança é algo que não está em jogo  quando se trata da Grande Comissão'”.

Estima-se que o Irmão André tenha visitado 125 países e percorrido mais de um milhão de milhas em suas viagens  para pregar o evangelho e fazer amizade com pessoas em necessidade.

“Somos imensamente gratos pela vida, exemplo e legado do nosso querido irmão André. Saber que ele não estará  mais conosco nos deixa com o coração pesado e triste. Por outro lado, temos o desafio e a responsabilidade de  continuar o seu trabalho de apoio à Igreja Perseguida. Ele mesmo disse: “Todo cristão que sofre por causa de sua fé  deve ser lembrado e apoiado por outros cristãos. Enquanto existir um cristão preso por sua fé em Jesus Cristo, eu  não sou livre.", conclui Marco Cruz.

O Irmão André foi casado por 59 anos com Corry, que faleceu em 23 de janeiro de 2018. Eles deixam cinco filhos e  onze netos. 

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]