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Obituário

Morre Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, aos 100 anos

Foto de arquivo tirada em 21 de janeiro de 2013 do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter durante um banquete para celebrar a posse do presidente dos EUA Barack Obama em Washington DC (EUA).
Foto de arquivo tirada em 21 de janeiro de 2013 do ex-presidente dos EUA Jimmy Carter durante um banquete para celebrar a posse do presidente dos EUA Barack Obama em Washington DC (EUA). Carter, eleito em 1976 e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, morreu no domingo aos 100 anos. (Foto: EFE/ Matthew Cavanaugh ARQUIVO)

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O ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, eleito em 1976 e vencedor do Prêmio Nobel da Paz, faleceu neste domingo aos 100 anos. A notícia de sua morte foi confirmada por seu filho, que não forneceu mais detalhes, de acordo o jornal The Washington Post.

O site oficial em sua homenagem informa que Carter "morreu pacificamente no domingo, 29 de dezembro, em sua casa em Plains, Geórgia, cercado por sua família". Ele deixa quatro filhos (Jack, Chip, Jeff e Amy), 11 netos e 14 bisnetos. Sua esposa, Rosalynn, morreu em novembro do ano passado.

“Meu pai foi um herói, não só para mim, mas para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor altruísta”, disse Chip Carter, em nota publicada no site oficial.

Antes do enterro, restrito aos familiares, em Plains, Geórgia, haverá cerimônias públicas em Atlanta e Washington. Carter era membro da Igreja Batista Maranatha, onde deu aulas na escola dominical entre 1980 e 2015, segundo o site "The Christian Post".

Jimmy Carter estava em cuidados paliativos em sua residência e havia votado na última eleição. Ele enfrentava um câncer de pele agressivo, do tipo melanoma, com tumores que se espalharam para o fígado e o cérebro.

Carreira política e mandato presidencial

Carter foi o 39º presidente dos EUA. Nascido em 1924, numa região agrícola na Geórgia, formou-se bacharel em Ciências na Academia Naval dos EUA em 1946. No mesmo ano casou-se com Rosalynn Smith, com quem ficou unido por 77 anos.

A carreira política começou em 1962, quando foi eleito para o Senado da Geórgia. Em 1971, tornou-se governador do estado. Em 1976, foi eleito presidente derrotando o então presidente, Gerald Ford, do Partido Republicano.

Assim como o antecessor, ficou no cargo apenas por um mandato, sem conseguir a reeleição em 1980, quando foi derrotado pelo republicano Ronaldo Reagan, que renovou a direita americana com uma agenda fortemente liberal na economia.

Contribuiu para a derrota uma grave recessão econômica, em boa medida ocasionada por uma nova subida no preço do petróleo causada pela revolução iraniana.

Na política externa, seus defensores destacam os tratados do Canal do Panamá, os Acordos de Camp David, o tratado de paz entre Egito e Israel, o tratado SALT II com a União Soviética e o estabelecimento de relações diplomáticas com a China.

Carter Center e Nobel da Paz

Após deixar a presidência, Jimmy Carter fundou o Carter Center em 1982, em parceria com a Universidade Emory, para "promover a paz, combater doenças e erguer a esperança" em nações ao redor do mundo.

O instituto apartidário e sem fins lucrativos, fundado com Rosalynn, conseguiu reduzir em mais de 99% a doença do verme de Guiné e ajudou a estabelecer sistemas de saúde de base em milhares de comunidades africanas. Na promoção da democracia, o Carter Center tornou-se referência na observação de mais de 110 eleições em 40 países.

Os esforços pela paz incluíram mediação de conflitos e atuação diplomática extraoficial na Etiópia e Eritreia (1989), Libéria (1991), Coreia do Norte (1994), Bósnia (1994), Haiti (1994), Sudão (1995), Uganda (1999), Cuba (2002), Venezuela (2004) e Oriente Médio (2008).

Em 2002, no vigésimo aniversário do instituto, Carter foi premiado com um Nobel da Paz, “pelas suas décadas de esforço incansável para encontrar soluções pacíficas para os problemas internacionais conflitos, para promover a democracia e os direitos humanos e para promover o desenvolvimento económico e social.”

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