Um rapaz de 17 anos morreu nesta quarta-feira (19) com um disparo na cabeça durante os protestos contra o governo da Venezuela, informou o estabelecimento médico em que foi atendido. “Estava em um ponto da concentração da oposição e recebeu um tiro por parte de um dos agentes motorizados que antes jogavam bombas de gás lacrimogênio contra concentração”, declarou o presidente do Hospital Clínicas Caracas, Amadeo Leiva. O jovem, identificado como Carlos José Moreno, não resistiu a uma cirurgia para a retirada do projétil. Ainda não está claro de onde teria partido o disparo.
Opositores e governistas se mobilizaram nas ruas da capital do país, no que deve ser uma das maiores manifestações em meio à crescente tensão política e a pedidos internacionais para que o governo de Nicolás Maduro respeite as instituições democráticas. Centenas de guardas lançaram gás lacrimogêneo para dispersar milhares de opositores que marchavam por uma das principais avenidas do oeste de Caracas.
Centenas de guardas bloqueavam com equipes antimotim e pequenos tanques uma das vias pelas quais os oposicionistas tentavam chegar ao centro de Caracas.
“Democracia falida”
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou que o país deve servir como advertência para toda a América Latina. “A Venezuela, que deveria ser um dos países mais prósperos do hemisfério, nos mostra os custos de uma democracia falida. Nos mostra o custo da exclusão, da polarização de um governo fictício”, afirmou Almagro durante o Fórum Estratégico Mundial, que se realiza em Coral Gables, perto de Miami.
Já o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, disse que os governos estrangeiros não deveriam se envolver em assuntos internos da Venezuela. “Os atores internacionais deveriam ter em conta, e muito prioritariamente, que a Venezuela é um Estado soberano, que tem um governo democraticamente eleito e legítimo”, afirmou Rodríguez em Lisboa, durante visita oficial.