WASHINGTON - Peter Jennings, ex-âncora da ABC News, morreu em casa na noite de domingo em Nova York, informou a rede americana. Ele tinha 67 anos e sofria de câncer nos pulmões.
O canadense Jennings, apresentador do programa "World News Tonight" desde 1983, anunciou em abril que tinha sido diagnosticado com câncer pulmonar. Primeiramente, em uma nota escrita; depois, no ar para os milhões de espectadores. Nos seus comentários ao fim do programa, o jornalista, com a voz abalada, disse que esperava retornar à mesa de apresentação quando sua saúde e sua força o permitissem. Mas ele nunca mais voltaria.
"Peter morreu na companhia de sua família, sem dor e em paz. Ele sabia que teve uma vida boa", disseram seus familiares em um comunicado divulgado pela rede. Ele deixou uma mulher, Kayce Freed, e dois filhos, Elizabeth, de 25 anos, e Christopher, de 23.
Jennings deixou a universidade no Canadá para se tornar um dos mais urbanos, experientes e reconhecidos jornalistas da TV americana. Aquela edição de seu programa na TV acabou sendo a despedida para alguém que por tanto tempo foi uma figura tão presente nos lares de muitos americanos toda noite.
Ao lado de dois outros pilares do chamado "Grande Trio" - Tom Brokaw, da NBC, e Dan Rather, da CBS - Jennings se transformou no início dos anos 80 um status de estrela "globe-trotter", uma era de grandes âncoras na televisão dos EUA. Era que chegou ao fim com a saída de Brokaw da cadeira de âncora em dezembro do ano passado e com a aposentadoria de Rather em março.
Por mais de duas décadas, a magnitude dos eventos noticiosos pôde ser medida, ao menos em parte, pelo fato de Jennings e seus concorrentes nas duas outras emissoras estarem apresentando a cena. Na verdade, eles desbravaram tantas milhas em tantos anos com várias capas de chuva e coletes protetores que definitivamente atuaram como coadjuvantes de algumas das maiores histórias dos tempos modernos.
A biografia oficial de Jennings apresentada pela ABC destaca, por exemplo, que como correspondente no exterior, ele esteve em Berlim nos anos 60 quando o muro foi construído e, novamente lá, como âncora, nos anos 90 quando o muro foi derrubado. Da mesma forma, ele esteve em Gdansk, na Polônia, no nascimento do Solidariedade como movimento político, e mais tarde na queda do regime comunista no país.
Além de fazer reportagens em praticamente toda capital importante do mundo e de zonas de guerra, Jennings também conduziu matérias de todos os 50 estados americanos, de acordo com a emissora. O jornalista usou sua grande experiência e sua habilidade para descrever calmamente acontecimentos que viveu, como quando dois aviões conduzidos por terroristas foram jogados contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001. No curso daquele dia, e nos que se seguiram, ele passaria mais de 60 horas no ar, no que o crítico do "Washington Post", entre outros críticos, celebrou como uma demonstração de força de entrevista e jornalismo explicativo acrescido de atordoamento sem disfarce.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas