Pieter Willem Botha, que foi o rosto dos brancos sul-africanos como presidente do país no auge da luta contra o apartheid, morreu nesta terça-feira em sua casa, aos 90 anos, segundo a agência South African Press Association.
Botha foi derrubado por uma rebelião do gabinete em 1989 e posteriormente substituído por F.W. de Klerk, que rejeitou quase tudo o que seu inflamado antecessor defendia, inclusive as leis que eram a base do regime de segregação racial.
Embora as forças de Botha tenham matado mais de 2 mil pessoas e cerca de 25 mil tenham sido presas sem julgamento, e muitas vezes torturadas, ele nunca pediu perdão pelo apartheid e sempre negou saber a respeito de torturas e assassinatos.
Quando intimado, recusou-se a comparecer à Comissão da Verdade e Reconciliação, que em seu relatório final, em 2003, o responsabilizou por grande parte dos abusos cometidos na última década do regime branco.
Desde que deixou o cargo, Botha vivia discretamente ao lado da segunda mulher, Barbara, numa casa à beira de um lago, na região da Cidade do Cabo. Nas últimas duas décadas, só costumava se manifestar para lançar ataques ao Congresso Nacional Africano, partido que governa o país desde 1994.