O ginecologista norte-americano Bernard Nathanson, militante pró-vida, faleceu ontem, aos 84 anos, vítima de câncer. No fim da década de 1960, ele ajudou a fundar a Liga Nacional de Ação pelo Direito ao Aborto (Naral, na sigla em inglês), que teria um papel decisivo na legalização da interrupção da gravidez nos Estados Unidos, em 1972. No entanto, anos depois, com o surgimento da ultrassonografia, ele passou a usar a tecnologia para acompanhar abortos, mudou suas convicções e reconheceu que o feto era um ser humano um desses vídeos daria origem ao filme O grito silencioso, de 1985, em que descreve as diversas maneiras de interromper a gravidez. Em seu documentário seguinte, Eclipse da razão, o médico criticou a morte de bebês em estágios avançados da gestação.
Nathanson fez seu último aborto em 1979 e relatou, no livro The hand of God, como passou de diretor da maior clínica de aborto de Nova York ele diz ter sido responsável por 75 mil abortos, 5 mil dos quais feitos diretamente por ele, incluindo o de um filho seu com uma namorada a militante pró-vida.
Em outro livro, Aborting America, Nathanson revelou estratégias do movimento pela legalização do aborto, como a falsificação de estatísticas relativas a mortes de mulheres para conseguir maior simpatia da opinião pública.
Em 1997, o médico esteve no Brasil, quando cont ou sua história a participantes de um congresso encerrado pelo Papa João Paulo II no Rio de Janeiro.
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