Edward W. Brooke, o primeiro negro eleito por voto popular ao Senado dos Estados Unidos, morreu neste sábado, aos 95 anos, segundo informou a porta-voz do partido republicano de Massachusetts, Kirsten Hughes, ao jornal "The Boston Globe".
Brooke, membro do partido republicano, foi senador por Massachusetts entre 1967 e 1979, após ser eleito por voto popular em 1966 no estado, em pleno auge do movimento pelos direitos civis.
O político não foi o primeiro senador negro do país, visto que houve dois senadores negros pouco depois da Guerra Civil americana, mas esses foram escolhidos pelas legislaturas estaduais e não pelo voto popular, uma prática que se instaurou no começo do século XX.
Durante o período como senador, Brooke foi ovacionado pelo restante dos representantes e obteve a maior honraria da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor (NAACP, a principal associação de defesa dos direitos dos negros) em 1967, 12 anos antes de Rosa Parks.
No entanto, Brooke evitou se definir como líder dos direitos civis, ao dizer que não poderia "simplesmente servir à causa dos negros", porque tinha que "servir a todo o povo de Massachusetts" que o havia eleito.
O fim de sua carreira no Senado ficou marcado após se saber que mentiu em um documento financeiro durante seu divórcio, e embora eventualmente tenha devolvido a quantia ao estado, os eleitores de Massachusetts decidiram substitui-lo pelo congressista Paul Tsongas nas eleições de 1978.
Brooke, nascido em 1919 em uma família de classe média, recebeu em 2004 a máxima honraria civil do país, a Medalha Presidencial da Liberdade, e em 2010 obteve a Medalha de Ouro do Congresso.
Desde sua chegada ao Senado, houve outros seis senadores negros: o próprio Obama, os também democratas por Illinois Carol Moseley Braun e Roland W. Burris; o democrata Mo Cowan, por Massachusetts; o republicano Tim Scott, pela Carolina do Sul; e o democrata Cory Booker, por Nova Jersey.
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