Alice Herz-Sommer, sobrevivente do Holocausto que teve sua história contada em um documentário indicado ao Oscar deste ano, morreu no domingo (23) em Londres aos 110 anos de idade. Ela era a mais velha sobrevivente do Holocausto.
Nascida em Praga, Alice passou dois anos da Segunda Guerra Mundial no campo de concentração de Theresienstadt, na Tchecoslováquia, onde distraía os companheiros de detenção tocando piano. Neste local, os nazistas internavam celebridades e artistas para fins de propaganda, dando-lhes a oportunidade de seguirem realizando atividades artísticas. Depois, divulgavam imagens do local para dizer que os judeus eram bem tratados pelo regime nazista.
Alice aprendeu a tocar piano aos cinco anos e foi para Theresienstadt em 1943 junto com seu filho. Durante sua prisão, a pianista organizou e participou de mais de 150 concertos.
Após ser libertada, Alice voltou a Praga. Mais tarde, mudou-se para Israel, onde viveu até os 83 anos de idade.
Aos 102 anos, Alice contava em entrevistas que tocava piano todos os dias, pontualmente, às 10h da manhã por três horas.
A vida de Alice Herz-Sommer, amiga do escritor Franz Kafka, inspirou o filme "The Lady in Number 6", de Malcolm Clarke, indicado ao Oscar na categoria documentário curta-metragem.
Quase 140.000 judeus foram deportados para o campo de Theresienstadt e 33.430 morreram no local.