O agricultor venezuelano Franklin Brito morreu na segunda-feira à noite em um hospital militar de Caracas, depois de manter durante meses uma greve de fome para exigir do governo do presidente Hugo Chávez revisão da expropriação de suas terras.
Brito, de 49 anos, mantinha jejuns intermitentes havia cinco anos.
A propriedade dele, de 24 hectares, no estado sulista de Bolívar, havia sido tomada em 2003 --parte dos cerca de 2,5 milhões de hectares expropriados nos últimos anos pelo governo Chávez. Em dezembro, Brito suspendeu a greve por uma semana, após o governo ter proposto devolver suas terras, mas retomou o protesto depois, dizendo que a expropriação não havia sido formalmente revogada.
Em meio a sua última greve de fome, em dezembro, as autoridades o internaram à força no Hospital Militar Carlos Arbelo, alegando que necessitava de avaliação psicológica por causa da deterioração de sua saúde em razão do persistente protesto.
"O esgotado corpo de Franklin Brito deixou de respirar", informou a família em um comunicado lido na TV Globovisión. "Franklin vive na luta do povo venezuelano pelo direito à propriedade, o acesso à Justiça, a vida em liberdade e o respeito dos governos aos direitos humanos", diz ainda o texto.
A morte de Brito poderia afetar Chávez num momento da crucial campanha para a eleição legislativa de 26 de setembro, na qual o líder venezuelano espera conservar dois terços do Parlamento para poder seguir adiante com seu projeto socialista.
Brito havia se tornado um símbolo para os partidos de oposição e grupos de direitos humanos na Venezuela.
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