Procurador-geral do Iêmen ordenou a prisão dos líderes do grupo tribal liderado pela família Al-Ahmar| Foto: Reuters

Dezenas de iemenitas foram mortos de quarta para quinta-feira durante trocas de tiros na capital, disseram autoridades governamentais nesta quinta-feira (26), e os combates que visam encerrar o governo de três décadas do presidente Ali Abdullah Saleh ameaçam desencadear uma guerra civil.

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Os moradores fugiam de Sanaa às centenas, amarrando seus pertences apressadamente ao teto de seus carros na esperança de escapar da violência que já matou mais de 40 pessoas desde segunda-feira e ameaça se espalhar por outras partes da capital Sanaa.

O Ministério da Defesa declarou em um comunicado na Internet que pelo menos 28 pessoas foram mortas em uma explosão na região de um depósito de armas em Sanaa nas primeira horas desta quinta-feira.

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O procurador-geral do Iêmen ordenou a prisão de líderes "rebelados" do grupo tribal liderado pela família Al-Ahmar, e funcionários do governo disseram que o quartel-general de uma estação de TV da oposição foi "destruída", sem dar detalhes.

O líder tribal Sadiq al-Ahmar disse à Reuters que não há chance de mediação com Saleh e clamou poderes regionais e globais a forçar sua saída antes que os países da Península Arábica mergulhem em uma guerra civil.

"Ali Abdullah Saleh é mentiroso, mentiroso, mentiroso", afirmou Ahmar, líder da federação tribal Hashed. "Estamos firmes. Ele irá deixar este país descalço."

Os Estados Unidos e a Arábia Saudita, ambos alvos de atentados frustrados de uma ala da Al Qaeda sediada no Iêmen, têm tentado desarmar a crise e conter qualquer ameaça de anarquia que possa dar à rede militante global mais espaço para operar.

Há temores de que o Iêmen, já à beira da ruína financeira, degenere em um Estado falido que minaria a segurança regional e representaria um risco sério à vizinha Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo.

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Os conflitos mais recentes se concentraram em uma área no norte de Sanaa, onde combatentes leais a Ahmar vêm tentando tomar edifícios do governo.

Vidro partido, corredores ensanguentados e uma clínica improvisada para os feridos atestavam o dano na mansão de Ahmar, enquanto os moradores de Sanaa ouviam o som de explosões por toda a cidade perto da meia noite.

"Os embates estão acontecendo em torno do aeroporto de Sanaa, e acho que o aeroporto está fechado agora", disse Ahmar. Um funcionário do governo disse que o aeroporto foi fechado brevemente por conta dos combates, mas que foi reaberto.

As autoridades governamentais não detalharam de que lado vieram os mortos e feridos dos embates noturnos. Cada lado culpa o outro pela violência, que a oposição disse poder degringolar em uma guerra civil.

Na capital, havia longas filas nas padarias, nos bancos e nos postos de combustível à medida que os moradores tentavam estocar dinheiro e alimentos antes de fugir para áreas mais seguras do empobrecido país.

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