A notícia de que entre os três mortos no atentado terrorista em Boston havia uma estudante chinesa provocou comoção no país, com reações que variaram da solidariedade a manifestações antiamericanas de júbilo. Embora a família tenha pedido para que sua identidade não fosse divulgada, um jornal estatal de Shenyang, cidade natal da estudante, divulgou seu nome, após a confirmação de parentes.
De acordo com a imprensa local, ela tinha pouco mais de 20 anos, cursava estatística na Universidade de Boston e acompanhava a chegada da maratona com uma amiga, também chinesa, que ficou gravemente ferida. Em pouco tempo, a conta da estudante no popular microblog Weibo (versão chinesa do Twitter) atraiu cerca de 20 mil comentários, entre condolências e ácidas críticas aos Estados Unidos.
"Quero dar meus pêsames aos mortos inocentes", postou um usuário identificado como Zhao Xianjun. "Mas pelos EUA, país imperialista que despreza o ser humano, tenho que dizer que fico muito feliz! É um conforto para pessoas, incluindo mulheres e crianças, mortos por soldados americanos".
A maioria dos comentários, porém, lamentava a volta do terrorismo aos EUA."Como chinês fico muito triste pela chinesa e por todas as vítimas inocentes. Quero ressaltar que o terrorismo não tem fronteiras, todos os países devem lidar com isso de mãos dadas", postou o usuário Meiguo Ke.
Na imprensa chinesa a estudante foi descrita como uma jovem ambiciosa, que mudou-se da cidade industrial de Shenyang para Pequim antes de ir para Boston, atrás do sonho de fazer carreira no mercado financeiro.
Apesar da relação de desconfiança entre as duas maiores economias do mundo, obter uma formação acadêmica nos EUA é uma ambição comum entre jovens chineses. Nenhum outro país envia tantos estudantes universitários para os EUA. Segundo o Instituto de Educação Internacional, 194 mil estudantes chineses se matricularam em universidades norte-americanas no último ano letivo.
Em entrevista coletiva, Hua Chunying, porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China, lamentou o atentado e disse que o governo estava "muito preocupado com a morte trágica da estudante". Ela acrescentou que o estado da outra vítima é grave, mas estável.
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