Brasília (AE/Folhapress) – A morte do general brasileiro Urano Bacellar vai exigir "análise bastante profunda" sobre as condições de trabalho dos militares brasileiros no Haiti, disse ontem o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque. Ele afirmou que a perda do principal militar brasileiro na missão já foi superada pela corporação, que ainda espera novas informações sobre os motivos da morte.

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O corpo de Bacellar passa hoje pela manhã por uma necropsia em Brasília e depois segue para o Rio de Janeiro, onde será enterrado pela família. Os exames devem mostrar se as informações colhidas no Haiti são confiáveis. A hipótese de assassinato vem sendo descartada pelos investigadores que atuam no país. Eles acreditam em suicídio e devem embasar o relatório a ser emitido pelas Nações Unidas. O general Bacellar foi encontrado morto sábado, com um tiro, na varanda do hotel onde estava hospedado em Porto Príncipe, capital do Haiti.

Se a hipótese de suicídio for verdadeira, "será necessária uma análise bastante profunda", disse Albuquerque. Ele admitiu a existência de dificuldades nas condições de trabalho dos militares envolvidos na missão. Segundo Albuquerque, o general Bacellar "era o melhor" em sua área.

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Indicado para substituir Bacellar, o general-de-divisão José Elito Carvalho Siqueira, comandante da 6.ª Região Militar do Exército, defendeu ontem que nenhuma hipótese seja descartada na investigação. "(Bacellar) era uma pessoa absolutamente tranqüila, muito equilibrada", disse, à espera de explicações.