O falecimento de um menino de apenas nove anos causa comoção na Venezuela. Em um retrato da crise humanitária no país, Oliver Sánchez não resistiu à doença contra a qual vinha lutando pela falta de suprimentos médicos que atinge os hospitais locais. Agora, uma foto em que o jovem venezuelano fazia um pedido de ajuda em frente a um batalhão policial viraliza nas redes.
“Quero me curar. Paz. Saúde”, dizia um cartaz levado por Oliver a um protesto em Caracas, ao lado do desenho de uma seringa e de um pacote de remédio com linhas infantis. A imagem vem sendo compartilhada entre os venezuelanos como um novo símbolo do drama vivido pelo país.
O menino foi diagnosticado com um grave tipo de linfoma em setembro do ano passado e, desde então, sua família começou a lutar para conseguir o tratamento completo necessário à sua sobrevivência. Oliver chegou a completar seis sessões de quimioterapia, com a ajuda de hospitais locais e de doações particulares.
No entanto, ele não sobreviveu a uma meningite causada por uma bactéria hospitalar. Em entrevista ao El Nacional, sua mãe, Mitzaida Berroterán, relatou que a família teve que procurar uma vaga em uma unidade de terapia intensiva em diferentes hospitais. Oliver acabou internado em uma clínica privada, onde acabou em coma por dez dias antes de falecer.
Na clínica, a escassez de remédios também prejudicou o tratamento de Oliver, segundo o seu pai. A família teve que comprar remédios básicos para conter as convulsões e infecções, com a ajuda de doações nas redes sociais. A falta de remédios é um problema que chega a 85% dos suprimentos na região de Caracas.
“Foram dez dias muito difíceis, cheios de dor. É difícil ocultar o que está acontecendo na Venezula. Foi trágico conseguir um posto na UTI porque muitas crianças também estão sofrendo”, disse Alexis Sánchez, pai de Oliver, ao La Nación. “Muita gente nos ajudou. Somos uma família muito humilde, não nos deixaram sozinhos”.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião