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O opositor venezuelano Rodolfo González, preso durante protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro no início de 2014, foi encontrado morto em uma prisão militar do país, informou ontem sua filha, Lissette González. A morte aumenta ainda mais a pressão contra o governo de Nicolás Maduro, que nesta semana foi duramente criticado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e pela ONU, que acusou o regime de permitir torturas a presos políticos.

Enquanto o regime seguir perseguindo e encarcerando inocentes só por pensarem diferente, seguirá enchendo a Venezuela de luto.

Delsa Solonarzo deputada.

“Estamos saindo do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência). Lamento confirmar que meu pai morreu ontem à noite”, informou Lissette em mensagem divulgada por meio do Twitter, horas após ter anunciado que seu pai seria levado para outra prisão. O advogado de González confirmou que seu cliente se matou depois de ser informado que será transferido de prisão (leia texto ao lado).

Ex-piloto de aeronaves comerciais, Rodolfo González, de 63 anos, foi detido em abril de 2014 sob a acusação de “formação de quadrilha, posse de explosivos e tráfico de armas de fogo”. Desde então, ele permanecia preso no Serviço de Inteligência venezuelano.

Repressão

Para o grupo Venezuela Awareness Foundation (VAF), radicado nos Estados Unidos, a morte foi causada por “torturas psicológicas”. “Esta decisão extrema de Rodolfo González na cela do Sebin foi produto da forte tortura psicológica que sofreu desde o momento de sua detenção, em 26 de abril de 2014”, disse a organização, em nota.

O grupo alertou a comunidade internacional sobre a intensificação da repressão após as sanções anunciadas pelos Estados Unidos contra funcionários do governo de Maduro, nesta semana. “Recebemos informes que Rodolfo González foi submetido nos últimos dias a torturas psicológicas fortes por funcionários do Sebin, nas quais lhe diziam que seria transferido para uma prisão de presos comuns”.

A deputada venezuelana Delsa Solorzano acusou ao governo de prender inocentes. “Enquanto o regime seguir perseguindo e encarcerando inocentes só por pensarem diferente, seguirá enchendo a Venezuela de luto”, escreveu no Twitter.

A Venezuela viveu uma onda de protestos contra o governo no início do ano passado, que se prolongou com grande intensidade durante cerca de quatro meses, deixando um saldo oficial de 43 mortos. Cerca de 40 pessoas ainda estão presas.

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