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Morte de policial na Alemanha expõe aumento da violência causada pela imigração no país
Policiais da Alemanha prestando homenagem a Rouven Laur, de 29 anos, o colega de farda que morreu após ser esfaqueado por um imigrante afegão| Foto: REUTERS/Annegret Hilse

A morte do policial Rouven Laur, de 29 anos, que ocorreu no último dia 2, lançou luz sobre o debate envolvendo o aumento da violência associada à imigração na Alemanha, país que outrora era conhecido por sua estabilidade e segurança.

Laur foi esfaqueado por diversas vezes na região da cabeça e do pescoço por um imigrante afegão e faleceu no hospital dias depois, após lutar pela vida e enfrentar várias cirurgias.

O imigrante de 25 anos, que ainda não teve seu nome oficialmente divulgado, esfaqueou o policial alemão enquanto este tentava intervir em uma manifestação contra o islamismo radical na Alemanha, realizada pelo grupo Pax Europa numa praça da cidade de Mannheim, no sudoeste do país. Outras cinco pessoas ficaram feridas neste atentado, ocorrido no dia 31 de maio.

O afegão responsável pela morte Laur estava vivendo na Alemanha desde 2013, após entrar ilegalmente no país e conquistar uma vitória na Justiça, que naquela época negou uma ordem de deportação em curso contra ele.

Conforme informações da mídia local, a agência de inteligência interna da Alemanha já havia alertado o governo antes do ataque em Mannheim sobre os riscos “reais e crescentes” de atentados terroristas que poderiam ser realizados por islamistas radicais.

Tais riscos foram intensificados, segundo a agência, desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza, em outubro do ano passado.

Fronteiras da Alemanha estão abertas para imigrantes; crimes violentos estão aumentando

Em 2023, a Alemanha enfrentou um aumento substancial no número de imigrantes solicitando asilo: foram mais de 350 mil pedidos, o maior número desde 2015, segundo informações do jornal britânico The Telegraph.

Considerando dados divulgados pelas autoridades do país, este aumento no fluxo migratório pode estar diretamente associado ao crescimento da criminalidade.

Em abril, o Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha divulgou dados onde mostrou que o país registrou 5,9 milhões de crimes em 2023, um aumento de 5,5% em relação a 2022. Os crimes violentos relacionados a ataques com facas, agressões graves, abusos sexuais e homicídios estão entre os que aumentaram significativamente. Neste contexto, o índice de criminalidade no país europeu atingiu o seu maior nível dos últimos 15 anos.

Segundo os dados do Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha, 41,3% dos 2,24 milhões de suspeitos detidos por cometer estes crimes violentos eram estrangeiros. Dentre esses estrangeiros detidos, 402.514 foram identificados como refugiados, imigrantes sob pedido de asilo e pessoas que entraram ilegalmente no país. 75% das vítimas desses crimes, segundo as autoridades, eram alemãs natos.

Por causa deste cenário, o partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e o de centro-direita União-Democrata Cristã (CDU) têm pressionado o governo do chanceler federal Olaf Scholz por políticas migratórias mais duras no país europeu, que envolvam um maior controle das fronteiras, mais fiscalização nos pedidos de asilo e mais deportações de imigrantes ilegais.

“O que o AfD tem alertado há anos não pode mais ser escondido: novas estatísticas de criminalidade desencadearam um debate sobre o ‘crime estrangeiro’”, disse Richard Graupner, que integra o Parlamento estadual da Baviera pelo AfD, em abril, quando os dados sobre o aumento dos crimes na Alemanha foram divulgados.

População muçulmana tem crescido na Alemanha

Pesquisas apontam que Alemanha tem enfrentado um aumento no número da população muçulmana devido à intensa chegada de imigrantes e refugiados provenientes de países islâmicos. Muitas pessoas fugindo da violência na Síria e no Afeganistão chegaram ao país europeu nos últimos anos requerendo asilo.

Neste contexto de violência, marcado pela morte do policial de 29 anos - vítima de um afegão, uma pesquisa divulgada no último sábado (8), realizada pelo Instituto de Pesquisa de Opinião Pública (INSA) para o jornal alemão Bild, revelou que cerca de 93% dos alemães apoiam a deportação de refugiados do Afeganistão de volta ao seu país natal. Atualmente, a Alemanha não realiza deportações para o país administrado pelos talibãs, nem para a Síria.

Em abril, durante a divulgação dos dados sobre crimes, a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, reconheceu a influência da imigração nos índices de criminalidade no país e prometeu ações para acelerar as deportações dos imigrantes que “não seguem as regras” da Alemanha.

Após o atentado em Mannheim, o chanceler Scholz subiu o tom contra os imigrantes que são criminosos.

"Fico indignado quando alguém que procurou proteção aqui comete os crimes mais graves. Esses criminosos deveriam ser deportados, mesmo que venham da Síria e do Afeganistão”, disse ele num discurso para Parlamentares.

Nesta quinta-feira (13), uma pesquisa mostrou que a insatisfação dos eleitores alemães com a coalizão governista de Scholz atingiu um nível recorde. Segundo os dados, 71% dos 1.334 participantes da pesquisa realizada de 10 a 12 de junho afirmaram estar descontentes com o trabalho do atual governo, um aumento em relação aos 66% registrados em maio.

O descontrole nas fronteiras tem sido uma preocupação crescente para a população alemã e foi o principal combustível que impulsionou a recente popularidade do AfD, que se destacou nas eleições europeias ao conquistar 15 cadeiras no Parlamento Europeu, uma a mais que o Partido Social-Democrata (SPD), de Scholz, que ficou com 14.

Já a coalizão dos partidos de centro-direita, formada pelas siglas do União Democrata-Cristã (CDU) e a União Social-Cristã (CSU), conquistou 29 assentos.

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