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Oriente Médio

Morte de político cristão e confronto Irã x Israel acendem alerta de guerra no Líbano

Apoiadores carregam caixão de Pascal Suleiman, do partido cristão Forças Libanesas (FL), antes do velório na cidade de Biblos na última sexta-feira (12) (Foto: EFE/EPA/WAEL HAMZEH)

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No Líbano, divergências religiosas e políticas são um grande trauma, porque motivaram a guerra civil ocorrida entre 1975 e 1990, que matou cerca de 150 mil pessoas e forçou 1 milhão de libaneses a deixar o país.

Dois fatores recentes fizeram a ameaça de um conflito generalizado voltar a assombrar a população libanesa. O primeiro foi a guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

Em “solidariedade” ao Hamas, outra organização terrorista, a libanesa Hezbollah, apoiada pelo Irã, iniciou uma série de ataques ao norte de Israel, que vem respondendo às hostilidades com bombardeios no Líbano.

Além das centenas de combatentes e civis mortos nos dois lados, o conflito já forçou aproximadamente 96 mil pessoas no norte de Israel e mais de 100 mil no Líbano a deixar suas casas.

Como o Hezbollah é uma ferramenta por meio da qual o Irã realiza ataques contra Israel, a ofensiva direta de Teerã contra o território israelense no último fim de semana gerou um temor de escalada na atual guerra no Oriente Médio, com possíveis reflexos no Líbano.

No sábado (13), o Irã realizou um ataque em resposta a um bombardeio (atribuído a Israel) ao consulado iraniano na Síria que matou um importante líder militar do regime dos aiatolás no início de abril.

Foram mais de 300 drones e mísseis iranianos, dos quais 99% teriam sido interceptados por Israel e forças aliadas, de países como Estados Unidos, Reino Unido e França. Ninguém foi morto e não houve feridos graves. Israel prometeu que haverá uma resposta, mas ainda não foi definido como e quando será isso.

O segundo fator que aumentou o receio de uma guerra maior no Líbano foi o assassinato de um político no último dia 8: Pascal Suleiman, do partido cristão Forças Libanesas (FL), opositor ao Hezbollah e à ditadura da Síria, também apoiada pelo Irã.

A Direção de Inteligência do Exército Libanês prendeu seis suspeitos e relatou que eles seriam membros de gangues sírias e teriam confessado que mataram Suleiman para roubar o carro dele no distrito de Jbeil. O corpo foi levado para a Síria, onde foi encontrado no dia seguinte ao crime. Outros dois suspeitos ainda estariam foragidos.

Ou seja, as forças armadas libanesas alegam que não foi um crime político. O Hezbollah negou qualquer participação no assassinato.

O FL, partido de Suleiman, discorda e afirma que considera a morte de Suleiman um “assassinato político até prova em contrário”.

Ziad Hawat, parlamentar do FL, pediu uma investigação “séria e transparente” sobre o assassinato do correligionário. “Não queremos que o assassino seja conhecido por todos e permaneça desconhecido pela Justiça”, ironizou.

O Líbano enfrenta há anos uma crise política (a presidência está vaga desde 2022) e econômica, que foi agravada pela grande explosão de agosto de 2020 no porto de Beirute. Hoje, mais de 80% da população está na pobreza. Não bastasse esse sofrimento, a sombra da guerra agora aumenta o pessimismo dos libaneses sobre o futuro do país.

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