Um morteiro atingiu a embaixada russa em Damasco, capital da Síria, deixando três pessoas feridas, em meio a acusações de Moscou de que Washington está chantageando a Rússia para obter uma resolução nas Nações Unidas sobre armas químicas na Síria.
"Em 22 de setembro, em consequência de um bombardeio pelos rebeldes nos arredores de Mazzeh, em Damasco, um dos morteiros explodiu em território da embaixada russa na Síria", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia. "Três funcionários ficaram feridos. Nesse momento, uma investigação está sendo conduzida sobre o incidente", acrescentou o ministério. Ainda de acordo com informações prestadas pelo ministério, a embaixada considera a possibilidade de adotar medidas adicionais de segurança depois do ataque, que atingiu o complexo pela primeira vez.
Paralelamente, em Moscou, o ministro das relações exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou os Estados Unidos de chantagear para pressionar a Rússia a aprovar uma resolução nas Nações Unidas que estabeleça um acordo para evitar que a Síria use armas químicas. Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França querem uma resolução firme e severa que pode incluir sanções ou o uso da força, por meio do capítulo VII da carta das Nações Unidas, se a Síria não implementar o acordo.
"Nossos parceiros americanos estão começando a nos chantagear: se a Rússia não der apoio à resolução sob o capítulo VII no Conselho de Segurança das Nações Unidas, então abandonarão o trabalho na Organização para a Proibição de Armas Química (OPCW, na sigla em inglês)", disse Lavrov. O OPCQ está encarregado de supervisionar a destruição do arsenal de armas da Síria.
"Nossos parceiros estão cegos por seus objetivos ideológicos de mudança do regime (na Síria). Tudo o que falam é que Bashar al-Assad (o presidente sírio) deve sair", disse Lavrov.