Conforme o combate entre regime e insurgência prosseguia em Damasco, ataques de morteiros deixaram ao menos 21 mortos em Yarmuk, campo de refugiados palestinos, na quinta-feira (2). O Observatório Sírio para os Direitos Humanos afirma que as vítimas estavam comprando comida em um mercado movimentado - o grupo, porém, se recusa a especular quem fez os disparos.
Os moradores de Yarmuk afirmam que os ataques podem estar relacionados à disputa pelo bairro de Tadamon, na região, cujos habitantes têm procurado abrigo no campo de refugiados, escondendo-se em escolas e casas.
A agência de notícias estatal culpa "terroristas mercenários" pelo ataque, termo usado pelo governo para referir-se aos insurgentes sírios.
As mortes servem de alerta para a situação frágil dos civis na Síria, pegos no meio do fogo cruzado de um conflito que, segundo a insurgência, matou mais de 19 mil desde março de 2011.
A ONU estima que quase 1,5 milhão de pessoas foram forçadas a deixar seus lares, mas permanecem no país. Os cerca de 150 mil palestinos e descendentes que moram em Yarmuk, refugiados após a criação do Estado de Israel, têm tentando manter-se à parte do conflito. Mas, localizado em meio a bairros insurgentes, o campo por vezes é incluído nessa disputa.
A situação dos refugiados palestinos na Síria é sensível, já que o regime do ditador Bashar Assad por muito tempo apresentou-se como defensor da causa palestina. Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, condenou o ataque.
O grupo militante palestino Hamas, por sua vez, afirmou que os assassinatos são um "crime", condenando também o envolvimento dos palestinos no conflito sírio.