O governo líbio disse na segunda-feira que 19 civis foram mortos em um bombardeio da Organização do Tratado do Atlântico Norte contra a casa de um dos principais funcionários do regime de Muamar Kadafi, um dia depois de a Otan ter admitido a morte de civis em outro ataque aéreo.

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Autoridades líbias levaram jornalistas até Surman, 70 quilômetros a oeste de Trípoli, para que eles vissem o que restou do suposto bombardeio da aliança ocidental contra a casa de Khouildi Hamidi, membro do Conselho do Comando Revolucionário, que tem 12 integrantes sob o comando de Kadafi.

Equipes de resgate ainda procuravam sobreviventes no local. Os jornalistas foram então levados a um hospital na vizinha Sabrata, onde viram nove corpos, inclusive os de duas crianças, além de algumas partes de corpos humanos.

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A agência estatal de notícias Jana informou posteriormente que havia oito crianças entre as 19 vítimas fatais. Entre os mortos estão familiares de Hamidi. O governo disse que Hamidi não se feriu.

A Otan afirmou ter bombardeado um 'alvo militar legítimo - um nódulo de comando e controle', e não confirmou a ocorrência de vítimas civis. A aliança acrescentou que não tem por costume atacar indivíduos específicos.

'Esse ataque irá reduzir grandemente a capacidade das forças do regime de Kadafi de realizar suas bárbaras agressões contra o povo líbio', disse em nota o general canadense Charles Bouchard, comandante da operação da Otan na Líbia.

Se o relato do governo líbio sobre as mortes civis se confirmar, o incidente pode complicar ainda mais as operações da Otan, que começa a se ressentir de uma campanha mais demorada e cara do que o planejado.

No domingo, a Otan admitiu pela primeira vez que havia matado vários civis na Líbia, por causa de um míssil desgovernado que caiu numa casa em Trípoli. Bouchard disse lamentar o incidente.

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As autoridades líbias dizem que as forças da Otan já mataram mais de 700 civis desde 19 de março, quando tiveram início os bombardeios destinados a proteger os civis. Kadafi qualifica a ação ocidental como um ato de agressão colonial, com a intenção de se apossar do petróleo líbio.

O chanceler italiano, Franco Frattini, disse na segunda-feira que as mortes de civis constituem uma ameaça à operação da Otan. A Liga Árabe, que em março tomou a iniciativa de pedir ao Conselho de Segurança da ONU que impusesse uma zona de exclusão aérea para impedir ataques de Kadafi aos rebeldes, também lamentou o incidente de domingo.

Na cidade de Misrata, uma criança morreu e duas outras ficaram feridas nesta segunda, quando foguetes lançados por forças de Kadafi atingiram uma área próxima do porto, segundo um repórter da Reuters.

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