Forças de segurança sírias mataram ao menos 800 civis desde o início dos protestos pró-democracia, há sete semanas, afirmou ontem a organização de direitos humanos da Síria Sawasiah. O grupo, fundado pelo advogado que está preso Mohannad al-Hassani, informou em um comunicado que entre os mortos estão 220 vítimas atacadas pelo Exército apoiado com tanques na cidade de Deraa.
Ontem, as tropas do Exército sírio se espalharam por várias regiões do país e entraram na cidade litorânea de Baniyas, onde ocorreram fortes protestos contra o regime de Bashar Assad, relataram ativistas de direitos humanos.
O presidente da Comissão Síria de Direitos Humanos, Walid Saffour, disse à tevê Al Jazeera que "as forças de segurança entraram em algumas áreas de Baniyas, o que atribui à ação um caráter sectário".
Saffour não especificou em que parte da cidade as forças da ordem entraram, mas fontes da oposição apontaram que as ações ocorreram em bairros sunitas.
A rede opositora "Sham" informou hoje que há tanques e membros das forças de segurança nas ruas na cidade de Deraa e em outras áreas desta província, epicentro da revolta contra o regime sírio.
Em Deraa, as comunicações telefônicas e a conexão à internet estão cortadas há dias e seus habitantes denunciam uma situação insustentável agravada pela falta de alimentos e de remédios.
A chegada de tropas à cidade ocorre um dia depois que milhares de pessoas saíram às ruas para pedir a saída de Bashar Assad do poder.
No sábado, as forças de segurança sírias mataram ao menos 27 manifestantes que exigiam o fim do regime, denunciaram ativistas de direitos humanos. Testemunhas disseram que as manifestações começaram depois da oração principal de sexta-feira, em cidades de todo o país de Banias, na costa mediterrânea, até Qamishly, no leste curdo.
O confronto mais sangrento aconteceu no centro da cidade de Homs, em que 15 manifestantes foram mortos, disse o ativista Ammar Qurabi. A televisão estatal síria disse que um oficial do Exército e quatro policiais foram mortos em Homs por uma "quadrilha criminosa".