Grande parte da Venezuela registra neste domingo (10) o terceiro dia de um apagão sem precedentes no país de 30 milhões de habitantes. Segundo o portal Globovisión, venezuelanos estão sem luz nem água, incomunicáveis e com o país praticamente paralisado.
O jornal El Nacional registra que a falta de energia elétrica provocou ao menos 28 mortes, de acordo com ONGs. Entre as vítimas, 15 seriam pacientes renais, devido à paralisação dos serviços de diálise, segundo a Coalizão de Organizações pelo Direito à Saúde e à Vida (Codevida). Ao menos 95% das 139 unidades de diálises registram falta de eletricidade.
Na capital Caracas e na sua periferia, onde vivem 6 milhões de pessoas, o serviço de metrô seguia suspenso, de acordo com os jornais. O comércio também segue fechado.
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Pelo twitter, o ditador Nicolás Maduro informou às 11h35 deste domingo (10) que estão sendo feitos “grandes esforços” para, “nas próximas horas”, restaurar o sistema definitivamente.
A promessa de Maduro é antiga. No sábado (9), falando a uma multidão de apoiadores, ele disse que o processo de reconexão do sistema elétrico nacional "deve ser definitivo" e estaria "estável nas próximas horas". Mais tarde, ainda no sábado (9), informou que a energia tinha sido restabelecida em algumas regiões.
Neste domingo (10), Maduro ordenou o início de ações para distribuir produtos básicos e água potável.
Maior apagão da história
Na quinta-feira (7) à tarde, em cerca de 90% do território nacional, venezuelanos ficaram sem energia elétrica. O regime prometeu restabelecer o serviço em três horas, mas 24 horas depois milhões de pessoas ainda estavam sem luz, aumentando o caos no país. A energia voltou às casas parcialmente a partir da tarde de sexta-feira (8).
No sábado (9), entretanto, por volta do meio-dia, um novo apagão atingiu várias zonas do país. De acordo com relatos das redes sociais e da imprensa local, pelo menos 13 estados, inclusive a capital Caracas, foram afetados pela falta de luz.
Os cortes de luz são comuns em várias partes da Venezuela, mas um blecaute dessa magnitude jamais havia ocorrido. Foi mais um marco na profunda crise que assola os venezuelanos. Para os chavistas, o apagão foi causado por sabotagem coordenada pelos Estados Unidos. O problema ocorreu na hidrelétrica de Guri, responsável por cerca de 70% do fornecimento de energia do país, e a oposição defende que foi provocado por corrupção e improbidade do regime socialista.
Protestos pelo país
No sábado (9), falando de cima do capô de um carro e com um alto-falante, o presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, voltou a dizer que todas as opções estão sendo consideradas para derrubar o ditador Nicolás Maduro do poder, referindo-se à possibilidade de uma intervenção militar estrangeira na Venezuela.
"Temos avaliado todas as opções para alcançar os objetivos desse movimento... Todas as opções estão sobre a mesa e dizemos isso com responsabilidade", afirmou perante uma multidão reunida em uma grande avenida da capital Caracas no sábado (9).
Milhares de pessoas em todo o país saíram as ruas no sábado (9) para protestar contra o regime.