Mais de seis mil pessoas morreram no leste da Ucrânia desde o início do conflito separatista, há cerca de um ano, informou o escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos nesta segunda-feira. O órgão classificou o confronto como “uma impiedosa devastação de vidas civis e da infraestrutura na região”.
Centenas de civis e militares morreram somente nas últimas semanas depois do recrudescimento da luta nas proximidades do aeroporto de Donetsk e na região ferroviária de Debaltseve, informou a organização em um relatório que abrange o período de dezembro a fevereiro.
Enquanto a Rússia nega que suas tropas estejam dando apoio aos separatistas no leste da Ucrânia, a ONU cita “relatos críveis que indicam um fluxo contínuo de armas pesadas e de combatentes estrangeiros” na fronteira entre os dois países.
“Isso aumenta a capacidade dos grupos armados das autoproclamadas República Popular de Donetsk e República Popular de Luhansk em resistir às forças armadas do governo de Kiev e dá possibilidade aos separatistas lançarem ofensivas em aéreas como Donetsk, Mariupol e Debaltseve”, diz o relatório.
O relatório destacou ainda a existência de “alegações credíveis de detenção arbitraria, tortura e desaparecimentos forçados, cometidos principalmente por grupos armados, mas em algumas instâncias por autoridades ucranianas”.
O texto também alerta que o deslocamento forçado de 1 milhão de pessoas aumentou o risco de tráfico internacional de mulheres.