Genebra - As mortes decorrentes da aids caíram 10% nos últimos cinco anos (para 2 milhões em 2008) e 18% desde 1996, quando os antirretrovirais se tornaram acessíveis, informou ontem o Unaids em seu relatório anual sobre a epidemia, lançado em Genebra e Pequim.
"O fato de termos conseguido aumentar os programas de tratamento em 10 vezes levou a uma redução de 18% da mortandade. Foram salvas 2,9 milhões de vidas, disse o diretor-executivo da entidade, Michel Sidibé.
O Unaids, braço da ONU para o tema, afirma ainda que as novas infecções recuaram 17% desde que o relatório passou a ser compilado, em 2001. Mas o total de novos casos projetados em 2008 é de 2,7 milhões (430 mil têm até 15 anos). É o mesmo que em 2007, quando estimara a queda em 10%.
A diferença se dá porque, com dados nacionais mais precisos, o número de infecções recentes em 2001 foi revisado de 3 milhões para 3,2 milhões.
"O aumento dos investimentos internacionais e nacionais rendeu resultados concretos e mensuráveis, afirmou em Pequim Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde. "Não podemos deixar o momento se dissipar. É a hora de redobrar esforços.
Apesar de 4 milhões de pessoas terem acesso ao tratamento, a ONU calcula que outros 4,5 milhões precisem dele.
O Brasil é lembrado como exemplo de ação rápida na prevenção para o Unaids, as medidas ajudaram a minimizar a severidade da epidemia no país, que tem prevalência de 0,6%.
Segundo o relatório, 33,4 milhões vivem com o HIV, um recorde que, ante a queda nas infecções, ilustra a longevidade dos soropositivos. Destas, metade é mulher e 2,1 milhões têm até 15 anos. Quase dois terços estão na África subsaariana.
Na região, a prevalência entre adultos chega a 5,2%. Mais de 14 milhões de crianças são órfãs da epidemia.
América Latina
A ONU avalia que a epidemia esteja estável na América Latina, onde há 2 milhões de pessoas com HIV. A prevalência segue em 0,6%, e houve 77 mil mortes em 2008, graças à cobertura de antirretrovirais que chega a 54% dos que precisam.