Soldados transportam caixas de papelão que serão usadas como caixões em Guayaquil, no Equador.| Foto: José Sanchez/AFP
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A Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, deixou mais de 100 mil mortos em todo o mundo até esta sexta-feira, segundo levantamento da universidade norte-americana Johns Hopkins. O número de infectados pelo novo coronavírus passou de 1,6 milhão. Até esta sexta-feira, ao menos 100.376 pessoas morreram em decorrência do coronavírus. A Europa é o continente mais afetado, com quase o dobro das vítimas registradas na América, segunda região com mais mortes no mundo.

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A África é o continente menos afetado pela doença, com menos 500 mortes, mas o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta sexta-feira que o vírus está ganhando força de forma alarmante no continente, onde a Covid-19 está se espalhando para áreas rurais. "Estamos vendo agora grupos de casos e disseminação comunitária em mais de 16 países [africanos]", disse, acrescentando que países do G20 recentemente expressaram forte apoio à África e que a ajuda ao continente precisa ser acelerada.

Apesar de o Velho Continente ter sido o mais afetado no mundo até agora, o epicentro da pandemia atravessou o Atlântico nas últimas semanas. Em questão de dias, os Estados Unidos ultrapassaram a Espanha e se tornaram o país com mais mortes pela doença. Apenas em Nova York, mais de 7 mil pessoas morreram. O recorde diário no país também é assustador: 1.973 pessoas morreram na quinta-feira.

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As mortes pelo vírus já foram registradas em todos os continentes. Na China, onde o novo coronavírus foi identificado pela primeira vez, no ano passado, as autoridades públicas parecem ter conseguido passar pelo pior, registrando um dia sem nenhuma morte pela doença nessa semana. Antes disso, porém, medidas severas de confinamento e separação de pessoas foram adotadas, e ainda assim mais de 3,3 mil pessoas morreram e 81 mil foram infectadas, segundo informações do governo de Pequim.

Se no local onde se iniciou o contágio o governo alega ter controlado a situação, o mesmo não pode se dizer do continente mais afetado. A Europa é, de longe, a parte do mundo mais atingida pelo novo coronavírus até o momento, com os países que registram os maiores índices de mortalidade. A Itália, por exemplo, é o país mais afetado do mundo em termo de mortes, já tendo superado a marca dos 17 mil mortos, e lidera a estatística global. Mais de mil italianos chegaram a morrer em um único dia em decorrência da Covid-19.

Espanha vê início de "controle"; Reino Unido espera "tsunami" na Páscoa

Outro país severamente afetado foi a Espanha. Nesta sexta, os espanhóis registraram o menor número diário de mortes (605) desde o início da quarentena, em 24 de março. O primeiro-ministro Pedro Sánchez disse no Parlamento, após os deputados aprovarem uma extensão de 15 dias ao estado nacional de emergência, que “o fogo começa a ficar sob controle”. O país ibérico já tem mais de 15 mil mortes, de acordo com dados do Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (CDC). O recorde diário no país foi de 950 falecimentos, registrado em 2 de abril.

O lado ocidental da Europa foi o mais afetado pela crise. Além de Espanha e Itália, países como Reino Unido e França também registraram um grande número de mortes. Na França, o número ultrapassou os 12 mil. No Reino Unido, a doença chegou ao topo do espectro político, com as contaminações do primeiro-ministro, Boris Johnson, e do príncipe Charles. Johnson segue hospitalizado por causa da doença e no estágio inicial de recuperação, de acordo com Downing Street, após ter ficado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) por três noites. “Ele continua com muito bom humor”, disse um porta-voz do governo.

O governo do Reino Unido atualizou nesta sexta-feira seus dados sobre a Covid-19 revelando que nas últimas 24 horas foram registradas 953 novas mortes, depois das 881 da véspera; agora, o país tem um total de 8.114 óbitos. Tanto na Inglaterra quanto em Londres os números foram os maiores até agora em um dia. Há a expectativa de que o pico da doença no país esteja próximo, podendo ocorrer no domingo de Páscoa, e o Sistema Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) se prepara para um “tsunami” de casos neste fim de semana. O jornal The Guardian trouxe nesta sexta um material exclusivo apontando que o total de mortes ligadas ao coronavírus pode estar subestimado em até 1 mil por causa de falecimentos ocorridos em casas de repouso e que não estariam sendo contabilizados.

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Na América Latina, o número de mortos é superior a 2 mil. O Brasil encabeça a lista com quase mil mortos. Outros países que sofrem com os efeitos são Equador, com mais de 200 falecimentos, México, 194, e Peru, 138. A região tem mais de 50 mil casos confirmados da doença. O número, no entanto, representa apenas uma parte dos infectados pois alguns países contabilizam apenas pacientes que precisaram de internação.