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Pessoas observam luminares durante vigília em memória das vítimas de mortes por overdose em Gloucester, Massachusetts, EUA, 31 de agosto de 2020, Dia Internacional de Conscientização sobre Overdose
Pessoas observam luminares durante vigília em memória das vítimas de mortes por overdose em Gloucester, Massachusetts, EUA, 31 de agosto de 2020, Dia Internacional de Conscientização sobre Overdose| Foto: EFE/EPA/CJ GUNTHER

Os Estados Unidos superaram, pela primeira vez na história, a marca de 100 mil casos de overdose de drogas em um período de 12 meses, conforme divulgou nesta quarta-feira o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças do país (CDC, pela sigla em inglês).

De acordo com dados preliminares do órgão, foram registrados 100.306 óbitos causados por overdose entre abril de 2020 e abril deste ano. O número é mais alto do que a soma de mortes por acidentes de carro e por armas de fogo no país. Durante os 12 meses anteriores, a marca foi de 78.056 vítimas, o que representa um aumento de 28,5%.

Os opioides sintéticos, principalmente, o fentanil, seguem sendo o principal motivo de morte por overdose, representando quase dois terços dos casos (64%). Na comparação com o período de abril de 2019 e abril de 2020, houve alta de 49% nas vítimas de dose elevada do medicamento.

O CDC destacou que o fentanil é 50 vezes mais forte que a morfina, por exemplo, e é vendido ilegalmente por ter efeitos semelhantes ao da heroína.

Os dados divulgados hoje também mostraram que as mortes por overdose por metanfetamina e outros psicoestimulantes também aumentaram significativamente, em 48%.

Já as mortes provocadas pelo consumo de doses elevadas de cocaína e analgésicos receitados também subiram na comparação com abril de 2019 e abril de 2020, no entanto, não tão drasticamente.

Especialistas dizem que a crise causada pelo consumo de drogas sintéticas foi agravada pela pandemia de Covid-19. Isolamento social, piora na saúde mental e o adiamento de tratamentos para vício em drogas contribuíram para o cenário.

Em comunicado divulgado pouco após a publicação das informações, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se comprometeu a "fazer tudo o que estiver ao alcance para abordar a questão do vício e colocar fim à epidemia da overdose por drogas".

"Estamos fortalecendo a prevenção, promovendo a redução de danos, ampliando o tratamento e apoiando as pessoas em recuperação, assim como reduzindo a distribuição de substâncias nocivas em nossas comunidades. Não pararemos", garantiu o chefe de governo.

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