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Os Estados Unidos superaram, pela primeira vez na história, a marca de 100 mil casos de overdose de drogas em um período de 12 meses, conforme divulgou nesta quarta-feira o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças do país (CDC, pela sigla em inglês).
De acordo com dados preliminares do órgão, foram registrados 100.306 óbitos causados por overdose entre abril de 2020 e abril deste ano. O número é mais alto do que a soma de mortes por acidentes de carro e por armas de fogo no país. Durante os 12 meses anteriores, a marca foi de 78.056 vítimas, o que representa um aumento de 28,5%.
Os opioides sintéticos, principalmente, o fentanil, seguem sendo o principal motivo de morte por overdose, representando quase dois terços dos casos (64%). Na comparação com o período de abril de 2019 e abril de 2020, houve alta de 49% nas vítimas de dose elevada do medicamento.
O CDC destacou que o fentanil é 50 vezes mais forte que a morfina, por exemplo, e é vendido ilegalmente por ter efeitos semelhantes ao da heroína.
Os dados divulgados hoje também mostraram que as mortes por overdose por metanfetamina e outros psicoestimulantes também aumentaram significativamente, em 48%.
Já as mortes provocadas pelo consumo de doses elevadas de cocaína e analgésicos receitados também subiram na comparação com abril de 2019 e abril de 2020, no entanto, não tão drasticamente.
Especialistas dizem que a crise causada pelo consumo de drogas sintéticas foi agravada pela pandemia de Covid-19. Isolamento social, piora na saúde mental e o adiamento de tratamentos para vício em drogas contribuíram para o cenário.
Em comunicado divulgado pouco após a publicação das informações, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se comprometeu a "fazer tudo o que estiver ao alcance para abordar a questão do vício e colocar fim à epidemia da overdose por drogas".
"Estamos fortalecendo a prevenção, promovendo a redução de danos, ampliando o tratamento e apoiando as pessoas em recuperação, assim como reduzindo a distribuição de substâncias nocivas em nossas comunidades. Não pararemos", garantiu o chefe de governo.