mortes por overdose de drogas dispararam em 2020 em meio ao auge das restrições da pandemia nos EUA. Imagem ilustrativa.| Foto: frolicsomepl/Pixabay
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Com cada dia que passa, o número de vidas perdidas em mortes relacionadas ao Covid-19 continua a crescer tragicamente. No entanto, numa tendência pouco notada, mas igualmente importante, continuamos a obter informações sobre as inúmeras mortes causadas por medidas de lockdowns destinadas a impedir a propagação do vírus.

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A última notícia neste trágico relato é um novo conjunto de dados mostrando as mortes por overdose de drogas que dispararam em 2020 em meio ao auge das restrições da pandemia.

“Novos dados mostram que mais norte-americanos morreram de overdose de drogas no ano anterior até setembro de 2020 do que em qualquer período de 12 meses desde o início da epidemia de opioides”, relatou Axios. “O aumento persistente dessas ‘mortes por desespero’ mostra que a epidemia de opioides ainda tem espaço para crescer e que algumas das medidas de distanciamento social que tomamos para controlar a pandemia podem ter causado efeitos colaterais mortais.”

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Divulgados nesta semana pelo Centro de Controle de Doenças, os números mostram que pelo menos 87 mil pessoas morreram de overdoses de outubro de 2019 a setembro de 2020. Isso equivale a um aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Como sabemos que o lockdown da pandemia é o principal culpado?

Bem, esse período medido inclui a primavera e o verão de 2020, os dois períodos da pandemia até o momento em que as restrições foram mais rígidas e generalizadas.

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E, relata Axios, “Embora as mortes por overdose de drogas tenham começado a aumentar nos meses que antecederam a pandemia... o maior aumento nas mortes ocorreu em abril e maio de 2020, quando as paralisações foram mais estritas”. (grifo meu)

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Enquanto isso, estudos mostram que as pessoas usaram mais drogas durante a pandemia e tinham maior probabilidade de usar sozinhas - aumentando o risco de overdoses mortais. Essas tendências são mais claramente impulsionadas pelo isolamento, pelo desespero e pela solidão do lockdown da pandemia do que pelo próprio vírus.

Claro, mais pessoas tomando uma overdose de drogas não era o que os proponentes de lockdowns rígidos queriam. Na maioria dos casos, eles desejavam sinceramente proteger as pessoas. Mas boas intenções não garantem bons resultados, e uma ação governamental abrangente é um martelo cego que sempre vai acertar mais do que apenas o prego desejado.

“Os legisladores devem estar cientes de que toda ação humana tem consequências intencionais e não intencionais”, explicaram Antony Davies e James R. Harrigan da FEE. “Os seres humanos reagem a todas as regras, regulamentos e ordens que os governos impõem, e suas reações acabam em resultados que podem ser bem diferentes dos que os legisladores pretendiam. Portanto, embora haja espaço para a legislação, esse lugar deve ser definido com grande cautela e tremenda humildade.”

Os lockdowns governamentais radicais e sem precedentes foram tudo menos cautelosos e humildes. E embora os reais benefícios para a saúde pública dos lockdowns não sejam claros, as consequências mortais não intencionais que causaram são dolorosamente óbvias.

Brad Polumbo é um jornalista libertário-conservador e correspondente político na Foundation for Economic Education.

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