Pessoas montam barricada durante greve contra o resultado da eleição presidencial da Bolívia de 20 de outubro, em La Paz, 29 de outubro de 2019| Foto: JORGE BERNAL / AFP

Duas pessoas morreram e dezenas de outras ficaram feridas na noite de quarta-feira (30) na Bolívia em confrontos entre apoiadores e opositores do presidente Evo Morales, após a eleição presidencial de 20 de outubro que deu vitória a Morales em primeiro turno e é contestada pela oposição.

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Mario Salvatierra, de 55 anos, e Marcelo Terrazas, de 41, foram mortos no município de Montero, perto da cidade de Santa Cruz, informou o ministro do Interior Carlos Romero. Segundo o jornal boliviano El Deber, Salvatierra recebeu dois disparos de arma de fogo e morreu a caminho do hospital. Terrazas também foi ferido por bala. Os dois protestavam contra o governo.

A imprensa boliviana relata ainda que 43 pessoas ficaram feridas na noite violenta de quarta-feira em Montero, citando autoridades da Saúde.

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Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, o presidente Evo Morales pediu uma pausa nas manifestações até que seja concluída a auditoria das eleições. Setores da população promovem uma greve por tempo indeterminado para que a eleição de 20 de outubro seja anulada. Cerca de 30 especialistas da Organização dos Estados Americanos (OEA) estão encarregados da auditoria da eleição, que começa nesta quinta-feira e deve apresentar os resultados entre 10 e 12 dias.

"Como começa a auditoria da OEA, peço a quem esteja na greve suspender e parar as mobilizações até que a OEA e os delegados de três países emitam seu informe", afirmou Morales.

Após as mortes nos protestos, o candidato Carlos Mesa, que ficou em segundo lugar na eleição presidencial, pediu a Evo Morales que os seus militantes suspendam os bloqueios. "Quero pedir a Evo Morales que dê uma instrução clara para eliminar os bloqueios sobre cidades e que dê ordem aos militantes do MAS [Movimento ao Socialismo] que estejam nestas ações inaceitáveis de violência desmedida que se retirem e interrompam essas ações", afirmou Mesa.

Após a declaração de Morales, o líder da organização que organiza a greve, Luis Fernando Camacho, anunciou que não suspenderá a medida até que Morales renuncie à presidência da Bolívia.