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De acordo com o IDF, um foguete atingiu esse présdio residencial em Ascalão, ferindo seis pessoas.
De acordo com o IDF, um foguete atingiu esse présdio residencial em Ascalão, ferindo seis pessoas.| Foto: Reprodução/Twitter/@IDF

Mais de 50 palestinos e seis israelenses morreram em menos de dois dias de confronto entre Israel e grupos terroristas da Faixa de Gaza. Cerca de 1.500 foguetes foram lançados pelo Hamas e pela Jihad Islâmica contra Israel desde segunda-feira, atingindo as regiões sul e central do país e matando seis israelenses. Em resposta, os ataques aéreos das Forças de Defesa de Israel (IDF) mataram 53 palestinos, inclusive 13 crianças, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.

O confronto já é o mais intenso desde 2014 e as Nações Unidas (ONU) temem uma "guerra em grande escala".

A situação deflagrou protestos violentos em várias cidades israelenses onde vivem árabes e judeus. Por causa disso, o governo de Israel declarou estado de emergência na cidade de Lod, a sudeste de Tel Aviv. O prefeito disse em entrevista à imprensa local que a situação está sem controle e com sinais de "guerra civil". "Nós não vimos confrontos como esses entre judeus e árabes e ataques nacionalistas como os que estamos vendo aqui", afirmou um comissário da polícia de Lod. Protestos também foram registrados em Nazareth e Haifa.

Situação em Israel

No mais recente ataque contra Israel, na manhã desta quarta-feira (12), o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, disparou um míssil antitanque guiado que acertou um veículo no lado israelense da fronteira com Gaza. Um israelense morreu e quatro ficaram feridos.

Horas antes, uma adolescente de 16 anos, árabe-israelense, foi morta junto com seu pai, de 52 anos, em um ataque do Hamas à cidade de Lod, na região central de Israel. O foguete acabou atingindo o carro onde os dois estavam, segundo a imprensa local.

Sirenes de alerta têm soado em vários momentos nesses últimos dois dias, principalmente nas comunidades israelenses que fazem fronteira com a Faixa de Gaza. Mas cidades da região central, como Tel Aviv e Jerusalém também foram alvos dos foguetes do Hamas.

De acordo com as IDF, em 38 horas de conflito foram lançados mais de 1.050 foguetes de Gaza contra território israelense. Desse total, 850 foram interceptados pelo Iron Dome, sistema de defesa antiaérea de Israel, ou atingiram o país. Os outros 200 falharam e acabaram caindo na Faixa de Gaza.

Situação em Gaza

As forças de Defesa de Israel afirmam que estão atacando posições do Hamas em Gaza a fim de evitar que mais foguetes e mísseis antitanque guiados sejam disparados contra a nação judaica. Porém, civis palestinos também estão morrendo nestes ataques, segundo jornalistas que estão no local. O próprio exército israelense admite que é difícil evitar mortes de palestinos civis no conflito, porque os militantes do Hamas usam da estrutura civil para esconder suas armas e seu pessoal. As IDF emitiram vários alertas aos cidadãos de Gaza, pedindo para que eles fiquem longe dos locais onde o Hamas armazena suas armas. "Nosso objetivo é apenas atacar terroristas".

De acordo com o Hamas, 53 palestinos morreram, inclusive crianças e mulheres, e 320 ficaram feridos nos ataques de Israel.

O Hamas afirmou que todos os prédios da polícia de Gaza foram destruídos nos ataques aéreos e que prédios residenciais também estavam sendo atacados. O jornalista Fady Hanona tuitou um vídeo que mostra várias explosões na Cidade de Gaza na manhã de quarta-feira.

Israel afirma que tem como alvo locais de lançamento de foguetes, prédios altos, casas e escritórios usados ​​pelo Hamas, e que ao menos quatro líderes do grupo terrorista foram mortos nos ataques aéreos – Bassem Issa, comandante da Brigada da Cidade de Gaza do Hamas; Jamaa Tahla, chefe do comando cibernético e responsável por melhorar a precisão dos foguetes do grupo; Jamal Zabeda, chefe de pesquisa e projetos especiais do departamento de produção de munições; e Hazzem Hatib, o engenheiro-chefe do Hamas no departamento de munições, segundo informações dos serviços de segurança interna Shin Bet, divulgadas pela imprensa local.

O ministro de defesa israelense, Benny Gantz, disse que as operações vão continuar.

"Israel não está se preparando para um cessar-fogo. Atualmente, não há data de término para a operação. Somente quando alcançarmos o silêncio total, poderemos falar sobre calma", disse Gantz durante visita a Ashkelon, uma das cidades mais atingidas pelos foguetes do Hamas. "Não daremos ouvidos a pregação moral contra nosso dever de proteger os cidadãos de Israel".

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, disse em discurso na televisão: "Se [Israel] quiser escalar, estamos prontos para isso, e se ele quiser parar, também estamos prontos".

Protestos em Lod

Um estado de emergência foi declarado na cidade de Lod na noite de terça-feira, depois que tumultos violentos foram registrados na cidade. De acordo com o Times of Israel, ao menos três sinagogas e várias lojas e veículos foram incendiados. A situação piorou quando grupos ultranacionalistas judeus também saíram às ruas. Há relatos de que eles estavam atirando pedras contra veículos dirigidos por árabes.

Um porta-voz do Hamas em Gaza encorajou os cidadãos árabes de Israel a "se levantarem" contra "o nosso e o seu inimigo".

Protestos também ocorreram em cidades como Haifa, Nazareth e Jaffa, onde árabes ergueram bandeiras em apoio à causa palestina.

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