O número de mortos pelo terremoto que atingiu a China nesta semana subiu para 1.144 nesta sexta-feira, informaram as autoridades chinesas. O terremoto de quarta-feira na província de Qinghai afetou principalmente a cidade de Yushu, predominantemente tibetana.

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Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro Wen Jiabao visitou sobreviventes do terremoto. As autoridades demonstravam prontidão para lidar com os problemas, após o terremoto ocorrido em uma das áreas onde é mais forte a tensão étnica na China.

"O desastre que vocês sofreram é um desastre nosso também, o sofrimento de vocês também é nosso", disse Wen em comentário repetidos várias vezes na televisão estatal chinesa.

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Muitos moradores, no entanto, reclamam da lentidão do governo no socorro e nos trabalhos de resgate. "Eles têm uma atitude relaxada. Se aparecer alguém para tirar uma foto, contudo, eles talvez cavem mais", disse Genqiu, um monge budista de 22 anos no Monastério de Jiegu.

Em 2008, a região tibetana foi palco de fortes protestos contra o governo de Pequim, duramente reprimidos.

"Nós faremos esforços grandes para construir uma nova Yushu", prometeu Wen a moradores, nesta sexta-feira, segundo a agência estatal Xinhua. Ele chegou ao local do terremoto na noite de quinta-feira e visitou várias pessoas atingidas. "O sofrimento de vocês é nosso sofrimento", garantiu Wen, que é Han, grupo étnico majoritário na China.

O governo enviou muitos soldados e equipes de resgate, além de bombeiros, para tentar salvar pessoas soterradas e auxiliar as outras vítimas. A mídia estatal informou que já começaram a chegar, nesta sexta-feira, tendas, roupas quentes, água potável e comida. O presidente chinês, Hu Jintao, encurtou uma viagem à América Latina para voltar mais rápido ao país.

Analistas notam que a tragédia é uma oportunidade para Pequim mostrar seu comprometimento com membros de etnias minoritárias. "Se os esforços de resgate e ajuda forem bem, as relações melhorarão", afirmou Zhang Zhirong, pesquisador tibetano da Universidade Peking.

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Os tibetanos reclamam de restrições do governo a seus direitos civis e a suas práticas religiosas. Muitos também se sentem excluídos do boom econômico chinês. Todos esses elementos contribuíram para o levante em áreas tibetanas pouco antes dos Jogos Olímpicos em Pequim, em 2008.

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