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Ciência

Mosca usa "computador de bordo" para escapar dos nossos tapas

A operação toda não pode ser considerada um “reflexo”, porque a mosca pode mudar de idéia e ir para outro lado quando bem entender. Ela sabe muito bem o que está fazendo | Daniel Castellano - Arquivo Gazeta do Povo
A operação toda não pode ser considerada um “reflexo”, porque a mosca pode mudar de idéia e ir para outro lado quando bem entender. Ela sabe muito bem o que está fazendo (Foto: Daniel Castellano - Arquivo Gazeta do Povo)

Ela vem sorrateira. Voa tranqüila. Pára bem na sua frente. Você se prepara. Respira fundo. Tenta ser o mais rápido possível. E a mosca voa com serenidade para um local seguro. Parece até rir da sua cara. Como é que pode? Cientistas descobriram. As moscas sempre escapam do seu tapão porque possuem uma espécie de "computador de bordo". Elas são capazes de calcular com precisão a velocidade e o trajeto do perigo, e voam para bem longe dele.

Mas se elas têm "computadores", os cientistas não devem nada nesse quesito. E foi com a ajuda deles que os pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, descobriram o truque das mosquinhas. E publicaram na revista "Current Biology" desta quinta-feira (18).

Com câmeras de alta resolução e computadores avançados, os cientistas conseguiram filmar uma mosca em ação. E calcularam que cerca de 100 milissegundos antes de levantar vôo, seu pequeno cérebro já percebeu que há uma ameaça, já viu de onde ela vem e para onde está indo e obteve a velocidade do perigo. Ela então adapta sua postura e, com facilidade, voa para longe. Ao todo, o processo leva 200 milissegundos. Você consegue ser mais rápido? Tente!

A descoberta "ilustra quão rapidamente o cérebro das moscas pode processar informações e dar a resposta motora apropriada", explicou o autor do estudo, Michael Dickinson, em nota.

A operação toda não pode ser considerada um "reflexo", porque a mosca pode mudar de idéia e ir para outro lado quando bem entender. Ela sabe muito bem o que está fazendo. Dependendo do que a ocupa no momento (ela pode ser se alimentando, "paquerando" um potencial parceiro ou simplesmente irritando alguém), a reação é diferente, mas o resultado, o mesmo.

Um cérebro tão esperto em um bichinho tão minúsculo faz Dickinson pedir um maior "apreço" à melhor amiga dos cientistas. "Pense antes de tentar matá-las", diz ele. Mas pense rápido.

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