Ao menos 14 pessoas morreram, neste sábado (30), e mais de 100 ficaram feridas no ataque perpetrado pelo Exército da Ucrânia contra a cidade russa de Belgorod, capital da região homônima fronteiriça com a Ucrânia, informou o Ministério para Situações de Emergência russo.
“De acordo com novos dados, morreram 12 adultos e duas crianças. Ficaram feridas 108 pessoas, entre elas 15 menores”, afirmou o comunicado oficial.
O governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, informou que a artilharia inimiga disparou contra o centro da cidade, onde vivem cerca de 330 mil pessoas.
Por isso, recomendou que a população da cidade se deslocasse para abrigos e instalações subterrâneas previstas para o efeito.
Entre os prédios afetados estão as sedes do governo regional e edifícios universitários, bem como empresas e residências, segundo a agência de notícias russa "RIA Novosti".
Belgorod, que partilha 552 quilômetros de fronteira com a Ucrânia, tem sido a região russa mais atingida por incidentes fronteiriços desde o início do conflito militar em fevereiro de 2022.
Por ordem de Vladimir Putin, uma brigada do Ministério da Saúde chefiada pelo chefe da pasta viajou para a região.
"Este crime não ficará impune. O regime de Kiev, ao cometer este crime, está tentando desviar a atenção da derrota à frente e também nos provocar a cometer atos semelhantes", informou o Ministério da Defesa russo.
Fontes dos serviços secretos ucranianos informaram à imprensa que o que aconteceu em Belgorod é consequência de “ações não profissionais da defesa aérea russa” e também de “provocações intencionais”.
“As forças de defesa ucranianas estão elaborando planos cujos alvos são precisamente infraestruturas militares”, disse a fonte ao jornal online Ukraínska Pravda.
E admitem que o ataque de hoje a alvos militares em território russo é uma retaliação aos “bombardeios bárbaros” da Rússia, ontem, contra várias cidades ucranianas.
O Exército ucraniano teria assim respondido à onda de bombardeios em massa contra a capital ucraniana e as principais cidades do país, a maior de toda a guerra, já que Moscou utilizou cerca de 160 mísseis e drones.
Precisamente, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu ontem para discutir estes ataques, que deixaram pelo menos 39 mortos e 160 feridos, segundo informou hoje o presidente, Volodymyr Zelensky.
O secretário-geral da ONU condenou veementemente o ataque, críticas às quais se juntou o presidente dos EUA, Joe Biden.
"Ele procura aniquilar a Ucrânia e subjugar o seu povo. Ele deve ser detido", disse.
Os bombardeios russos causaram danos em zonas residenciais da Ucrânia, em uma maternidade, escolas, creches, parques, uma estação de metrô, um centro comercial e infraestrutura energética, provocando cortes de energia em vários pontos do país.
Moscou aciona Conselho de Segurança
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou ter solicitado uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para tratar do ataque.
“O ataque em Belgorod será tema de debate no Conselho de Segurança da ONU”, afirmou a porta-voz das Relações Exteriores, Maria Zakharova, citada pela agência de notícias russa "Interfax".
Zakharova acrescentou que os responsáveis pelo ataque são tanto Kiev, como Estados Unidos e Reino Unido e os países europeus que “continuam fornecendo armas à Ucrânia”.