Pelo menos 30 pessoas morreram e outras 60 ficaram feridas durante um motim ocorrido nesta sexta-feira na penitenciária de Palmasola, no leste da Bolívia, informou o grupo independente Assembleia Permanente para os Direitos Humanos.
Muitas pessoas morreram queimadas, e testemunhas disseram que os detentos usaram tanques de gás propano como lança-chamas.
O motim teve como motivo aparente uma disputa interna de detentos pelo controle da prisão superlotada situada nos arredores de Santa Cruz.
A representante local da Assembleia Permanente, Maria Inez Galvez, informou que ela e outros membros do grupo com permissão para entrar na prisão, viram "corpos de homens queimados, alguns dos feridos com as mãos queimadas, outros com os rostos queimados".
Galvez contou que a briga começou após uma gangue de detentos do bloco B se recusar a pagar propinas extorsivas para os rivais no bloco A, que iniciaram o ataque quando os detentos estavam dormindo.
A prisão de Palmasola tem lotação de 3.500 detentos, quatro entre cinco estão à espera de julgamento.
O presidente Evo Morales demonstrou "consternação" pelas mortes em comunicado divulgado pela agência estatal de notícias ABI, e disse que ordenou uma investigação total do ocorrido.
Autoridades informaram que retomaram o controle da prisão após quatro horas de conflito, e o diretor da prisão, Alberto Aracena disse que cerca de 250 detentos foram evacuados.
Armas e drogas entram facilmente na prisão e os negócios são feitos sob a proteção de líderes de gangues. Quase tudo pode ser obtido em uma prisão como Palmasola mediante pagamento, informou um ex-detento, incluindo celulares e espaços maiores para viver.